sexta-feira, dezembro 23, 2011

O Natal e a Bondade Divina


Faltava uma semana para o Natal, quando o Manuel, com apenas oito anos, chegou a casa e disse aos pais que nunca mais ia à catequese e à missa.

Os pais estranharam esta decisão, ainda por cima tão afirmativa, embora reagissem de forma diferente. O pai sorriu para dentro, satisfeito por o filho ter descoberto tão cedo, a farsa que era a igreja. A mãe ficou muito desgostosa, queria que o filho descobrisse Deus, seguisse os seus ensinamentos e fosse sobretudo uma boa pessoa.

Quando durante o almoço de sábado a mãe questionou o filho sobre a sua atitude, este respondeu que tinha sido escolhido para ler um poema de Natal na missa, por ser quem lia melhor na catequese. Só que o padre assim que soube, disse à catequista que quem ia ler o poema era o neto do senhor Ferreira, o homem mais rico e importante da aldeia. 

Para que não restassem dúvidas sobre a sua posição, fez uma pergunta à mãe, que a deixou sem palavras: «Se Deus é assim tão bom, porque razão quer que sejamos pobres e não tenhamos presentes de Natal?»

O óleo é de Derek Gollahen.

12 comentários:

  1. Sim a igreja é uma farsa mas isso não impede que façamos uma reflexão sobre o mistério da vida. A igreja e as igrejas, de facto, não ajudam nada.

    nota: deixei um pedido na Carroça dos Livros.

    Boas Festas.

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  2. E ainda por cima não ser o escolhido para ler o poema de Natal! :-((

    Abraço

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  3. Não sei se é ficção, mas, sou tentada a acreditar que foi mesmo realidade.

    E sempre tempo de renovar e de viver em paz.

    Feliz Natal

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  4. Os insondáveis mistérios da fé...
    ;-)
    Beijos, Luis.
    Que vivas uma feliz quadra natalícia.

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  5. Acredito que Deus é mesmo bom. Mas também acredito que poucos O conhecem. E que há quem O conheça, mas não acredite que Ele exista. Talvez Deus seja, apenas, uma luz que nos nasce por dentro.
    Beijinho, Luís, e um Natal muito feliz!

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  6. claro que não, Carlos.

    esta história tem mais de cinquenta anos, hoje as coisas são ligeiramente diferentes.

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  7. é, Rosa.

    o pior é que parece que voltámos à "parvónia", o dinheiro voltou a ser que mais ordena, tal como as famílias importantes, que gostam de botas lambidas por padrecos e de um pobre para a noite de natal, para "converter", a qualquer coisa.

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  8. aconteceu há mais de cinquenta anos, uma história parecida, Piedade.

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  9. estes não são mistérios da fé, mas dos homens que pensam que podem comprar outros homens, como compram batatas, Filoxera.

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  10. também gosto desse Deus, daquele que representa o bem e não o poder, Virginia.

    daquele que nos olha da mesma forma, independentemente das nossas diferenças.

    é a boa nossa utopia.

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  11. Eu cá "orgulho-me" de ter chumbado três anos na catequese ... por faltas... (Mas felizmente tanto a minha mãe como o meu pai "deram-me toda a cobertura" para isso...nos idos de 50. Que sortuda eu fui!)

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  12. e nesse tempo, Carol.

    é mesmo de sortuda. :)

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