terça-feira, julho 12, 2011

«Os Barcos Morrem Quase Sempre de Pé.»


O velho pescador disse que os barcos que chegavam a velhos morriam quase sempre de pé, mesmo quando eram abandonados na areia, entregues ao frio do Inverno e ao calor do Verão.


Incapaz de contrariar a sabedoria do homem do mar, fiquei em silêncio, embora me lembrasse dos barcos que morriam de pernas para o ar, que os donos viravam ao contrário para todo o sempre.

E eu sabia que havia um pouco de tudo no "cemitério de barcos" da lagoa.

Claro que ele deveria ter na mente uma qualquer alegoria que não percebi, por não pertencer aquele mundo de gente salgada pela vida.

O óleo é de Jaume Laporta.

4 comentários:

  1. A par de casas esventradas ou em ruínas, dói-me ver os barcos a morrer, devagarinho, na areia...

    Beijinho, Luís.

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  2. é triste, e morrem todos quase de pé, como as árvores, de facto, Maria...

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