«O avô visitava-a meia dúzia de vezes por ano.
Não era um "necessitado" sexual, mas havia coisas que só ele e aquela mulher entendiam. Talvez fosse essa a razão de ser recebido de uma forma diferente, sem horas de partir, porque ele não era bem um cliente, era muito mais que isso.
O avô sentia-se bem na sua companhia, nunca me falou em pormenores picantes, apenas me disse que adorava ser despido por ela - não se lembrava de alguma vez ter sido despido pela avó -, mas o que mais recordava daquelas visitas eram as conversas, antes, durante e depois.
Confidenciou-me que a mulher que vendia prazer gostava de ler livros e ele trazia-lhe sempre um. Nunca mais falou com ninguém, sobre livros, como com ela...»
(extracto de um conto que escrevi sobre livros e leitores...)
O óleo é de Fulvio di Marinis.
Uma rameira culta e um avô protector.
ResponderEliminarAinda não sou avô e gosto de livros e também de os oferecer.
Agora estou a ler a biografia de Cesário Verde da Maria Filomena Mónica.
Eis um livro que gostava de oferecer à tal rameira.
Abraço!
Eu de rameiras entendo muito pouco...
ResponderEliminarExistem bastantes livros, peças de teatro, telenovelas e filmes construídos à volta das suas vidas.
Para mim não é fácil encontrar romantismo numa tão triste profissão.
Talvez por ser mulher...
Há nesse meio gente digna de respeito e muita outra digna de desprezo (tanto podem pertencer ao sexo feminino como ao masculino, aliás).
Para um homem, entretanto, fantasiar será provavelmente natural...
Vive la difference!!!
Beijinho
Gostei do que li. Fiquei com vontade de ler o resto...
ResponderEliminar:) mostra mais os teus escritos, luís... fiquei a pensar neste... um beijinho grande.
ResponderEliminar“to be continued…” ?
ResponderEliminare ela era capaz de gostar, Carlos...
ResponderEliminartambém não sou "especialista", Ana, mas é algo que existe e que continua a saltar aos nossos olhos, especialmente nos anúncios de jornais...
ResponderEliminarmas noutros tempos era aceite pela sociedade, havia bordeis bastante bem frequentados, até pela realeza...
ainda bem, Redonda...
ResponderEliminaros blogues só têm espaço para "microcontos", Alice...
ResponderEliminarporque não, Catarina?
ResponderEliminarEntão fico à espera…
ResponderEliminarjá está, Catarina...
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