sexta-feira, setembro 10, 2010

Convicto? Sim, sem Sombra de Dúvida

Salazar não era Democrata nem não era Cristão. Convicto sim, ninguém deve ter dúvidas de que era um Ditador Convicto. Aliás a sua obra e as suas palavras falam por si.


Eis o que Salazar disse (na primeira pessoa), no livro da autoria de António Ferro, "Salazar, o Homem e a Sua Obra", (III Capítulo, A Ditadura e o seu Contacto com a Nação):

«A nossa Ditadura aproxima-se, evidentemente, da Ditadura fascista no reforço da autoridade, na guerra declarada a certos princípios da democracia, no seu carácter acentuadamente nacionalista, nas suas preocupações de ordem social.»

Não são precisas mais palavras, além destas "encomendadas" a António Ferro, que revelam o que o ditador pensava da democracia, os seus 36 anos de governação bastam, para identificar este "democrata cristão convicto", segundo essa sumidade parda, que tem recebido tantos elogios, pelos situacionistas do costume, chamada Filipe Rebelo de Menezes.

10 comentários:

  1. As verdadeiras características do regime do Estado Novo e da personalidade e pensamento político de Salazar só agora está a ser escalpelizada. Porque até aqui o povo foi intoxicado pelos vencedores do 25 de Abril.

    Filipe Rebelo Menezes e a sua obra tem a vantagem de ser escrita com o distanciamento de um jovem de 40 anos, sem preconceitos de espécie nenhuma.

    Tenho este livro mas ainda não comecei a ler, por isso, não posso pronunciar sobre o que lá escrito. Li foi o artigo no jornal I e a entrevista do autor e não posso deixar de concordar sobre o que lá está e do que conheço do regime do Estado Novo, pois vivi nesse regime durante 26 anos.

    Um abraço!

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  2. Luís, só mais uma coisa:

    Quando se insurge contra os políticos de hoje, eles não são mais do que o produto dessas gerações que foram educadas na luta contra o Estado Novo e que são os fundadores desta III República, com tudo que sabemos e está à vista de todos.

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  3. Carlos, vencedores fomos quase todos do 25 de Abril, já que nos foram restituídos direitos fundamentais, como cidadãos.

    não conheço o historiador, mas quem intitula Salazar de social-democrata convicto, está completamente enganado.

    Salazar foi sempre um autocrata, um adversário da democracia e pluralidade democrata, basta verificarmos que só era permitido um partido, a União Nacional.

    embora não tenha a vivência do Carlos, tinha 11 anos quando se deu o 25 de Abril, tenho pessoas da família que foram perseguidas e até presas, sem terem cometido qualquer crime durante a ditadura...

    em relação ao segundo comentário, os políticos a que me refiro tanto são produto da democracia como da ditadura, Carlos.

    a corrupção e o clientelismo existem em todos os poderes, embora sejam menos visiveis nas ditaduras, pelas razões que todos conhecemos.

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  4. O que o historiador disse ao jornal "I", é que Salazar era um democrata-cristão convicto. A social-democracia é outra coisa.
    E na verdade ele defendia a doutrina social da igreja, só não implementou devido à conjuntura da época devido aos desmandos da monarquia constitucional e da I República.

    O mesmo é dizer da natureza do regime ser fascista.
    Quando foi para o governo e fundou a União Nacional, os partidarios fascistas de Rolão Preto colaram-se ao novo regime, mas cedo Salazar os afastou, assim bem como da influência da igreja católica.

    O seu regime era sui-generis que é necessário estudar. È por isso é que estas obras são importantes.

    Olhe, Luís. O meu pai era operário e a minha mãe doméstica e conseguiram sem herdarem nada da família, dar-me uma educação. Fiz o secundário e não fui para a universidade porque não quiz. Eles fizeram pela vida assim como muitos portugueses. Claro que não afrontaram o regime porque sabiam a sua natureza.
    Claro que sei que muita gente foi perseguida, talvez possa compreender, pelo facto de terem assumido uma posição frontal ao regime ou pertencerem a alguma organização proibida. Conheci alguns em Almada.

    É evidente que a democracia é o melhor regime, mas é preciso desfazer certos mitos.

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  5. Palavras para quê?!
    O preto no branco!

    Abraço

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  6. eu não duvido que esta obra é importante, Carlos, até pela discussão que suscita, mas daí a chamar democrata cristão a Salazar...

    e claro que é importante desfazer certos mitos, mas penso que o maior de todos no século XX é o Salazar.

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  7. até acho que Salazar se sentia ofendido se o chamassem de democrata cristão, Rosa...

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  8. o que mais me preocupa é a actual
    "lavagem" que se tenta fazer a um período negro da nossa história, puxando para a ribalta a condição humana de quem o dirigiu.
    não sei oq eu as gerações mais novas pensam sobre o ditador( quem sabe nunca ouviram falar de Salazar), mas eu penso e não será uma análise distanciada e desapaixonada que apaga os ferros que marcaram a carne de muitas familias.
    Hitler(um exemplo, apenas entre muitos) também era humano e há ainda quem o siga os ideais religiosamente, convictos que são eles que vão acabar com os males do mundo.

    _____

    beijos Luís

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  9. eu acho é que se mistifica muito a figura de Salazar e que se criam mistérios onde não existem, até por ter tido uma vida muito pobrezinha.

    solteirão e amarrado à "pátria", nem sequer quis conhecer a sua Nova Lisboa, Maré...

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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