Ontem começaste a falar de um cheiro que se sentia nas redondezas. Andámos mais uns metros pela rua e o cheiro manteve-se. Não é nada de muito anormal, se nos lembrarmos dos cãozinhos que espalham o seu chichi pelos passeios ou das pessoas que deitam o lixo para o chão, mesmo que os contentores estejam vazios...
No regresso a casa consegui convencer-te a fazermos o caminho mais longo.
Acabámos por passar pelo Ginjal e reparámos que as esplanadas estavam vazias, numa fuga ao vento desagradável e às nuvens que se limitavam a ameaçar chuva.
Foi quando desabafaste: «Que se lixe o turismo, venha a chuva!» Até lembraste um samba que falava de chuva durante dez dias sem parar. Podia ser chato para nós, mas era bom para os rios e os campos (e ruas, claro...).
Hoje o panorama é um pouco diferente. Aqui perto de casa, já se sente o cheiro a terra molhada... Embora a água caia com alguma timidez...
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
Não há corrimão ao fundo desse espaço? Parece -me um lugar pouco ou nada seguro. Estranho.
ResponderEliminarOutra coisa que estranho bastante é as pessoas ainda continuarem a deitar o lixo para o chão. Nem posso acreditar!!
Ó Catarina, não pode acreditar? Basta ver a animalidade com que se conduz nas nossas estradas para ver a irracionalidade que por aí impera.
EliminarO exemplo de quem e como são os portugueses(as) vejo-os(as) pelo modo como conduzem e como se comportam ao volante!!!
Steve, como não vejo essa animalidade no dia a dia não associei os dois comportamentos perigosos. Os portugueses sabem como cumprir as leis quando se encontram noutros países.... por que motivo não o fazem em Portugal?! É caso para "estudar" o caso. :))
EliminarOlá Catarina.
EliminarEm relação à tua questão da ausência de corrimão (que não existe mesmo...), já escrevi por aqui que a mesa mais próxima do rio foi eleita por um turista turco como a "melhor mesa de restaurante do mundo".
Claro que é um exagero, embora goste muito do Ginjal, conheço mesas com melhor vista mesmo no concelho de Almada...
Isso é um perigo, Luís! E como pode ser autorizada essa situação?!
EliminarAcho que um americano não teria a mesma reação do turco. :))
Mas ninguém se preocupa, Catarina, e há marcações com meses de antecipação para "essa mesa" (a publicidade, mesmo enganosa, faz coisas...).
EliminarClaro que não é um lugar perigoso, porque é extremamente calmo. Convida à reflexão, a respirar com gosto aquele cheiro do rio, quase mar...
Luís, venha ela, que faz falta. (Mas não apetece nada ;))
ResponderEliminarAté apetece, Isabel.
EliminarCansa é depressa. :)
Belíssima fotografia.
ResponderEliminarSaibamos receber a chuva como algo que nos traz fartura.
Lembremos a alegria do hortelão a ver a chuva cair sobre os vegetais da horta, face à seca que os noticiários dizem que anda por aí.
Como vivo num velho bairro de Lisboa, passo pelo café e não deixo de lembrar aquele poema quotidiano de António Reis, esquecido poeta e cineasta:
«Chega a ter gosto
a chuva
vista dos cafés
caindo sobre as estátuas
e a nostalgia
chega a ser morna
com fumo e álcool
na garganta
Até os homens passarem
junto aos vidros
reais
molhados
sem emoções instruídas
pensando em remédios
a prestações
grisalhos
sem serem velhos
e falando sós
sem serem loucos»
Grato pelas palavras e pelo poema, Sammy. :)
EliminarE sim, a chuva também pode ser fartura.