terça-feira, abril 23, 2019

Fernando Ricardo José Pessoa Reis Saramago


Finalmente li, do princípio ao fim, "O Ano da Morte de Ricardo Reis" de José Saramago.

Ao chegar à última página, pergunto a mim próprio, porque razão interrompi duas vezes (praticamente no início...) a sua leitura...

Não é um livro com uma história empolgante, mas faz uma ligação extraordinária entre Fernando Pessoa, Lisboa e um dos seus heterónimos. E claro sobre o que se foi passando no mundo nesse ano de 1936 (como a Guerra Civil de Espanha e toda a sua envolvência, interna e externa) e também no nosso "burgo", com várias referências a acontecimentos e figuras, num tempo que corria de feição a Salazar. como foi o caso a Revolta dos Marinheiros em Setembro nas águas do Tejo (com várias referências a Almada...).

Gostei da Lídia, a criada do hotel, amante e mãe do futuro filho de Ricardo Reis, personagem pouco instruída, mas com nada de burra, como aconteceu com tantas pessoas que Saramago deve ter conhecido pela vida fora, não fosse ele de origens humildes (penso que surge no livro em sua homenagem...).

Percebo muito bem todos aqueles que acham "O Ano da Morte de Ricardo Reis", um dos grandes livros que leram. Especialmente os amantes de Fernando Pessoa, que está presente da primeira à última página (e não apenas quando faz as suas "aparições")...

Achei que a melhor maneira de festejar o Dia Mundial do Livro, foi fazer a referência a este livro especial, que tem dentro de si Lisboa, Fernando Pessoa, e sobretudo José Saramago, o nosso único Nobel da Literatura.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

8 comentários:

  1. Já o li há bastante tempo e gostei bastante por todas as razões que apresenta e porque sim! :)

    Abraço

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    1. É um belo livro, Rosa. Essencial para amantes de Fernando Pessoa.:)

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  2. Grande livro!
    Na lista dos dez que mais gostei até hoje, onde naturalmente se inclui o magistral "Memorial do Convento".
    Mas este "O ano da morte de Ricardo Reis" é sublime, comparo-o muito, em termos de sensibilidade, ao "Amor em tempos de cólera" do Gabriel Garcia Marquez -sim, sensibilidade, porque os livros têem sensibilidade, têem sabor, côr, cheiro, enfim, têem vida.

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    1. Pois é, Severino.

      (mas pela falta de acção, exige um tempo próprio, uma procura da poesia da vida)

      E também é essencial para amantes de Saramago. :)

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  3. Ainda não li. Ainda só li quatro livros de José Saramago. Os Poemas Possíveis, Levantado do Chão, Jangada de Pedra e Memorial do Convento.
    Abraço

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    1. A Elvira gosta de poesia, de certeza que vai gostar (embora seja um romance, tem muita poesia. :)

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  4. Às vezes acontece começarmos a ler um livro na altura errada, Luís, mas ele espera por nós.
    É um dos meus favoritos e foi com esse livro que os ingleses descobriram Saramago.
    Foi também esse livro que trouxe a Pilar a Lisboa para conhecer a cidade e o autor... e já todos sabemos o que se passou a seguir.
    É um livro magnífico, ainda bem que lhe deu uma terceira oportunidade:)
    Maria

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    1. Sim, eu sei, até por experiência própria, há livros que lemos no tempo errado, Maria.

      E depois há outros que nos exigem um estado de espírito especial. Penso que "O Ano da Morte de Ricardo Reis" é um deles. :)

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