O Sol do começo da tarde convidava a sair de Almada.
Pensámos que não devia ser muito boa ideia ir até à Costa de Caparica, por já haver muita gente à procura de praia. Sabíamos que iríamos ter dificuldade em estacionar o carro.
Foi por isso que acabámos por passar pela Trafaria, que até estava em festa, no fim de semana.
Bebemos café e ficámos por ali, a ver as vistas. Comentámos que a Vila era cada vez mais uma "aldeia"...
Ideia que foi reforçada quando subimos a uma espécie de miradouro e olhámos as vistas da Trafaria, de cima para baixo, já com a companhia das nuvens.
O seu perímetro urbano é o mesmo de há cinquenta anos (mas muito mais envelhecido...). Se há lugar por onde não passou a Revolução de Abril, foi nesta bonita "varanda" para o Tejo...
(Fotografia de Luís Eme - Trafaria)
Nas viagens diárias por alguns blogues, palavras de que gosto, que retenho, que guardo, nunca deixo comentários.
ResponderEliminarFaço bem?
Fazem falta?
Tenho a vaga ideia de que o Luís já uma vez, por aqui, a isso se referiu.
Pelos começos dos anos 50, a Trafaria foi a minha praia, mais concretamente a terceira, a contar do velho cais de barcos, a Praia do Marques, «uma esplanada com Juke Box», um disco «Honeymoon» do Quarteto do Marino Marini, tocado até as moedas de de um escudo não se esgotavam, e eram muito poucas,,,
Deixo este pequeno texto do Jorge Listopad, de um velho recorte do JL:
«A Trafaria nunca foi grande coisa mas tinha a poética do banal, a praia com vista para o mar (!) um panorama de Lisboa ocidental, umas tasquinhas de fim-de-semana com saborosa caldeirada, e até grupos de teatro de merecimento. Sobretudo ia-se de barco, ida e volta, numa viagem azulada, simpática, com paragem no meio do caminho, Porto Brandão, para columbófilos apaixonados.
A Trafaria continua a não ser grande coisa: mais parece um advérbio. Não se declina, não se conjuga, não tem plural. Parou. Não melhorou, não piorou, ou se sim, a praia é agora dos cães, dos meninos perdidos, os engenhos industriais tapam as vistas, as tascas transformaram-se em restaurantes, o café da esquina embora não mudasse, parece o café de estação de comboios, ou de garagem de autocarros. Não respira. Não se move.
São assim os nossos pequenos amores de outrora. Ficou o barco: ida e volta, sem descer, sem parar, com rumo contínuo, como no sonho.»
Olá Sammy, a liberdade diz que podemos passar em silêncio. :)
EliminarSim, escrevi uma vez que havia mais visitas e menos comentários, mas é normal, nem sempre tempos coisas para dizer. E ler já é suficiente.
Eu por exemplo, só descobri o "Cais do Olhar", há pouco tempo e é um espectáculo para quem gosta das coisas da cultura, pois está cheio de "vozes" inteligentes. E devia comentar, pelo menos a agradecer. :)
(e não disse nada da Trafaria... ela é assim mesmo, mas devia ser salva pelo Tejo...)
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