terça-feira, novembro 23, 2010

«Eu bem me escondo, mas eles não me largam.»

Falam de discrição, mas talvez não saibam muito bem o que isso é. É a explicação possível para o facto de saírem de casa de óculos escuros enormes, com hastes brancas ou cor de rosa, "armadas" com uma indumentaria capaz de provocar um torcicolo a qualquer passeante da rua, que caminhe distraído e depois dizerem: «eu bem me escondo, mas eles não me largam.»

Isto sem falar dos jogos perversos que praticam, para aparecerem nas páginas das revistas de dentista.


O óleo é de Sara Bishop.

10 comentários:

  1. Algum azedume, Luís...

    De todas as criaturas é feita a diversidade da natureza humana. Toda a vida houve pessoas assim, espuma e pouco mais e, no entanto, que belos personagens romanescos têm dado ao longo dos anos (vidé alguns fantásticos personagens do Eça).

    Já viu as capas desta semana (ou da semana passada, não sei bem)? A Cinha está encantada com o novo namorado e não se importa que ele seja casado; o Luís Evaristo (salvo erro) e a sua futura ex-mulher, são capa de revista e editorial com curiosíssima sessão fotográfica a dois para explicarem que, de facto, se vão divorciar...

    Não é importante que tenhamos motivos assim de divertimento nestes tempos cinzentos que atravessamos?

    ResponderEliminar
  2. Pois é, Luís. Ou não fosse esta sociedade assente em valores relativistas e de aparências.

    ResponderEliminar
  3. Há pessoas por aí que, embora negando, gostam é de dar nas vistas e exibirem-se.
    Um beijo, Luís

    ResponderEliminar
  4. Muito bem "caçada" a imagem que o seu texto nos deixa. É mesmo isso: o século das aparências. "Mais parecê-lo que sê-lo!"

    ResponderEliminar
  5. não, foi escrito sem azedume, G., embora pareça, pela forma crua como escrevi.

    foi uma espécie de 2º acto do "post" anterior.

    ResponderEliminar
  6. é demasiado real, o viver faz de conta de tanta gente, Piedade...

    ResponderEliminar
  7. muito mais, Carol, reina o cinismo e a hipocrisia.

    ResponderEliminar