Isso explica o porquê, de cada vez me cruzar mais com estrangeiros, tanto nas ruas de Almada como nas de Lisboa (sem terem ar de turista). A maior parte são oriundos do Brasil e das Índias (sobretudo paquistaneses e nepaleses).
Não sabia é que havia tantos imigrantes a viverem nas ruas. Já tinha visto uma reportagem sobre uma grande quantidade de asiáticos toxicodependentes, que viviam nas ruas da Capital, mas não fazia ideia que este problema social tinha atravessado o rio.
Na noite de sexta-feira passei pela Praça Gil Vicente (na fronteira entre Cacilhas e Almada) e cruzei-me com três grupos de jovens (entre os 20 e os 30 anos, que ocupavam espaços diferentes. Passei próximo de um deles e reparei que além de terem nas mãos várias garrafas de álcool, sentia-se que fumavam "ervas aromáticas". E pelo ar descontraído, e até desmazelado, percebi que deveriam estar a contar passar a noite por ali.
Isto acontece porque normalmente não são incomodados por ninguém. Os moradores, desde que eles não sejam barulhentos nem provoquem danos nas suas casas e viaturas, não irão telefonar para a polícia. Polícia essa que se sente, naturalmente, mais confortável no interior da esquadra que nas ruas...
A caminho de casa, fiquei a pensar que ninguém deve fazer ideia da quantidade de imigrantes que existem no nosso país. Pensarão num número próximo do meio milhão e este será no mínimo o triplo...
Mas talvez eles estejam certos. E o melhor é mesmo não sabermos o verdadeiro número de imigrantes.
A única coisa que sei é que pelo menos nas ruas de Almada, eles já parecem ser em maior número que os almadenses...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Aqui na santa terrinha há centenas de estrangeiros, os brasileiros dominam mas trabalham sobretudo na hotelaria.
ResponderEliminarNão há gente a viver na rua nem a exigir casas baratas.
Abraço
Na província a vida é diferente, muito menos problemática, Rosa. :)
EliminarTexto desassombrado.
ResponderEliminarHá décadas que não passo aí.No "meu tempo" havia barracas de pobres,simplesmente.
Como infelizmente sempre houve e o meu pessimismo acredita não terem fim apesar das variadas mezinhas pontuais e governâncias policoloridas.
Pelo que conta e se vê na capital parece haver a prática das portas abertas,dentro do espítito da fraternidade universal,dos direitos do homem,da solidariedade com os povos em crise,
de muitas lutas,e por aí fora sem limite nem fim.
Quanto a aspiração das ervas e folhas,desde que não sejam tabaco,estamos na crista onda;
e talvez não erre ter ouvido hoje ser legal o camartelo e a marreta química dentro da força dos braços.Andou bem o político e o legislador,nada acima do que puderes.Ninguém tem que nos apontar.
Calhou sair dessa recém promovida a cidade precisamente no tempo em que começavam e ainda se ofereciam fuminhos de alterne ao tabaco,misturados ou a solo.Prometiam-nos uma revolução.
Vai isto,meu caro Luís Eme,embrulhado num humor sombrio e pessoalmente doloroso.
Sempre algo deverá ser feito,a título pessoal ou governamental para evitar os maiores e vários
sofrimentos.É dever cívico. E sempre muito ficará por resolver.
Eu nem acho que seja demasiado preocupante, José, neste momento. Até por precisarmos de mão de obra barata...
ResponderEliminarDigo isto porque muitos destes emigrantes utilizam o nosso país como porta de entrada para as Europas. Claro que muitas vezes ficam por cá mais tempo do que pensavam, porque os outros países têm mais portas que se fecham do que das se abrem.