domingo, outubro 29, 2023

A esperança, que nos ajuda tanto a viver e a resistir aos "piores pesadelos"...


Ao ligar a televisão, vi que num dos canais de filmes estava a ser oferecido o "Papillon", a versão do começo dos anos 70, com Steve McQueen e Dustin Hoffman (que continua a ser a melhor, para mim claro...).

Recordei que o filme me marcou bastante na adolescência, quando o vi pela primeira vez, numa das salas de cinema das Caldas.

Hoje, ao ver aquele cenário desolador das ilhas da Guiana Francesa, lembrei-me de Cabo Verde e do presídio do Tarrafal, que ficou conhecido como o "Campo da Morte Lenta", por ser isso mesmo (além das dezenas de prisioneiros que morreram no Campo, houve outros tantos que depois de serem libertados, duraram muito pouco tempo, como foi o caso de Alberto Araújo, professor almadense).

"Papillon" tinha a liberdade sempre presente, nos seus pensamentos, mesmo nos lugares onde a fuga era tida como "impossível". Foi nesta parte do filme que recordei algumas das conversas que tive com Edmundo Pedro, que apesar de ter passado parte da sua adolescência no Tarrafal, junto de Pai e de tantos outros camaradas (como Bento Gonçalves, que tanto o influenciou pela vida fora...), quase que chegou aos cem anos de vida...

Recordei-o porque ele contou-me uma vez (devo-lhe ter perguntado, claro...) as peripécias da tentativa de fuga protagonizada por ele, pelo pai, Gabriel Pedro e por outro companheiro que não recordo o nome (e não vou agora à sua procura...). 

Ele continuava a pensar que a fuga do Tarrafal tinha sido possível, o problema foi que correu tudo mal, desde início, os astros estavam completamente desalinhados com esta sua "fuga para a liberdade"... 

Podia ser ilusão, mas ainda bem que ele continuava a pensar que o "impossível" era "possível".

E claro, a motivação foi a mesma do "Papillon", a esperança que nos ajuda tanto a viver e a resistir aos "piores pesadelos", quando se tornam realidade...

(Fotografia de Luís Eme - Tejo)


10 comentários:

  1. Tempos difíceis então e hoje.
    Noutro contexto, apenas porque acho graça... Sabes qual é a tua palavra favorita que aparece em todos os teus textos? :)

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  2. "Papillon" - e gostei ainda mais do livro do que do filme. O livro (já o li há muitos anos) é absolutamente entusiasmente, sempre ansioso pela página seguinte.

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    1. Nunca li o livro, mas deve ser mais entusiasmante que o filme, sim, Severino.

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  3. Gostei do livro e do filme.

    Abraço

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  4. Já vi esse filme umas 5 vezes. E uma versão muito fraquinha com outros actores também vi.

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    1. É um grande filme, "Tintinaine", protagonizado por dois grandes actores.

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    2. Tintinaine, então, se ainda não leu o livro não deixe de o ler (mesmo que não tenha o gosto da leitura vai quase de certeza gostar).

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