quinta-feira, setembro 14, 2023

A "lei do mais forte" entre sonhos e "westerns"...


Não sei é é pela sua habitual falta de sofisticação, ou pela crueza com que é tratada a natureza humana, sei apenas que gosto de ver os bons westerns, de preferência realizados por mestres como foram o John Ford, o Raoul Walsh, o John Huston, o Howard Hawks ou o George Stevens.

Se esquecermos as partes de violência (sem os efeitos especiais de hoje, percebe-se que há por ali demasiada fantasia...), estes filmes são muito reais e muito objectivos, como retratam a vidinha, as relações entre as pessoas. 

Sei que são demasiado bélicos, sexistas, e até racistas, mas mesmo assim consigo olhá-los como se estivesse em pleno século XIX, em que o "ofício de viver" tem muito pouco que ver com os nossos dias.

O que me interessa mais, enquanto espectador, é sentir que em apenas hora e meia, é nos explicado com alguma mestria, quem somos e de onde viemos. 

Claro que também existe bastante ingenuidade artística e algum idealismo, quando se realizam fitas em que a justiça consegue combater e vencer a  "lei do mais forte". 

Mas os filmes são isso (tal como os livros) continuam a alimentar-se sobretudo dos nossos sonhos e pesadelos...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


4 comentários:

  1. O meu marido e filhos eram fãs de filmes de cow boys e no sótão estão dezenas de livrinhos com histórias de "coboiadas" !

    Abraço

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    1. Há por ali alguma brutalidade e crueza, que nos explica quem somos, sem grandes "rodriguinhos", Rosa...

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  2. marsupilami17/09/23, 16:03

    Há muito humanismo, e até denúncia do racismo, em filmes do Ford, do Hawks, do Tourneur .... É ver "The Big Sky" (um dos meus filmes de predilecção ao lado de Godards, Bergmans, Langs, Murnaus, Chaplins, Keatons,...), "The Sun Shines Bright", "Cheyenne Autumn", "Stars in my crown", ...

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    1. Mas são poucos os casos, "Marsupilami".

      Mas isso acontece também com filmes sem índios e cowboys. Eram outros tempos.

      A sociedade era diferente e olhava-se para as coisas de outra forma. Só espero que não comecem a censurar os filmes como já estão a fazer com alguns livros...

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