Estava ali sentado a ouvi-la falar da sua infância e juventude, da alegria que sentia quando mudava de casa, sem ter de sair da mesma cidade.
A mãe era a principal mentora destas "mudanças", que às vezes aconteciam quase sem sair da mesma rua. Mudou pelo menos oito vezes de casa dos anos sessenta aos anos oitenta.
Já adulta e casada não conseguiu fazer como a mãe, embora lhe apetecesse muitas vezes mudar de casa, e até de cidade... Mas nessa altura era mais difícil alugar casas, as pessoas preferiam comprar e vender.
Só com a proximidade da crise, que nos haveria de trazer uma "troika" bem manhosa, é que se voltaram a ver casas com "escritos" nas janelas e os arrendamentos voltaram a "reinar" no mercado imobiliário.
E ela só agora ia mudar novamente de casa. Curiosamente estava apreensiva. Como gostaria de sentir a alegria dos tempos da infância e da juventude, de ir ter uma outra casa, uma nova janela, e claro, uma nova rua...
(Fotografia de Luís Eme)
Quando mais jovem mudei muita vez de casa.Se pensarmos que em 20 anos, vivi na Buraca, no Barreiro, em Odivelas, em Lourenço Marques, Na beira, em Nampula, em Luanda e no Algarve. Depois comprei casa no Barreiro, e daqui agora só para o campo santo, vulgo cemitério.
ResponderEliminarAbraço
São muitas casas e muitos lugares, Elvira. :)
EliminarBeira
ResponderEliminarLuís, agrada-me mudar de casa, o que já fiz algumas vezes, inclusive literalmente de um dia para o outro.
ResponderEliminarÉ muito bom erguer vida noutro lugar. A única coisa aborrecida é ter de carregar com tarecos, daí também ter pouca apetência para os coleccionar.
Tu és surpreendente, Isabel. :)
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