sábado, março 10, 2018

O Hábito (perdido) de Mudar de Casa...


Estava ali sentado a ouvi-la falar da sua infância e juventude, da alegria que sentia quando mudava de casa, sem ter de sair da mesma cidade.

A mãe era a principal mentora destas "mudanças", que às vezes aconteciam quase sem sair da mesma rua. Mudou pelo menos oito vezes de casa dos anos sessenta aos anos oitenta.

Já adulta e casada não conseguiu fazer como a mãe, embora lhe apetecesse muitas vezes mudar de casa, e até de cidade... Mas nessa altura era mais difícil alugar casas, as pessoas preferiam comprar e vender.

Só com a proximidade da crise, que nos haveria de trazer uma "troika" bem manhosa, é que se voltaram a ver casas com "escritos" nas janelas e os arrendamentos voltaram a "reinar" no mercado imobiliário.

E ela só agora ia mudar novamente de casa. Curiosamente estava apreensiva. Como gostaria de sentir a alegria dos tempos da infância e da juventude, de ir ter uma outra casa, uma nova janela, e claro, uma nova rua...

(Fotografia de Luís Eme)

5 comentários:

  1. Quando mais jovem mudei muita vez de casa.Se pensarmos que em 20 anos, vivi na Buraca, no Barreiro, em Odivelas, em Lourenço Marques, Na beira, em Nampula, em Luanda e no Algarve. Depois comprei casa no Barreiro, e daqui agora só para o campo santo, vulgo cemitério.
    Abraço

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    1. São muitas casas e muitos lugares, Elvira. :)

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  2. Luís, agrada-me mudar de casa, o que já fiz algumas vezes, inclusive literalmente de um dia para o outro.
    É muito bom erguer vida noutro lugar. A única coisa aborrecida é ter de carregar com tarecos, daí também ter pouca apetência para os coleccionar.

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