quinta-feira, junho 16, 2016

Quando não Gostamos de Nós Próprios...


Quando não gostamos de nós próprios, dificilmente gostamos dos outros...

Não sei se é também por isso que somos tão permissivos com os ditadores e revelamos tanto medo de ser livres, de fazer aquilo que realmente gostamos.

Nem me vou esforçar por perceber um país como os Estados Unidos ou os norte-americanos, que depois de nos últimos anos terem sido governados com alguma democracia e liberdade, podem recuar no tempo e eleger como presidente um individuo racista, homofóbico e lunático.

Nos filmes até pode parecer engraçado que num certo estado se viva em democracia e que mesmo ao lado, exista a pena de morte e os xerifes possam fazer a sua própria lei. Mas a realidade é outra coisa, daí que me pareçam absurdos os discursos contra as "coreias" e as "venezuelas" do mundo, para depois se esconder debaixo do tapete todo o "lixo" interno.

É por isso que penso que empurrar o assassínio brutal de mais de cinquenta pessoas, por um só individuo, apenas para cima do terrorismo, é esconder ainda mais coisas debaixo do tapete. 

E se é verdade que o homem que matou e feriu tanta gente era frequentador habitual da discoteca gay de Orlando, ainda se levantam outras questões, como a não aceitação da própria tendência sexual, por se viver numa sociedade que continua a alimentar o ódio pelas minorias e pela diferença.

Continuo a pensar que quando não gostamos de nós próprios, dificilmente gostamos dos outros...

(Fotografia de Walter Sanders)

6 comentários:

  1. ~~~
    Concordo plenamente com os valores que defende e com as
    acusações que faz, nesta crónica.
    Éticamente, o mundo parece estar em fase de retrocesso.
    É imprescindível que vozes como a sua não desanimem.
    Abraço

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  2. É apenas uma constatação, Majo...

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  3. Luís, esta foto é fantástica.

    Teoricamente, o que dizes na primeira frase parece fazer todo o sentido, assim como o desfiar da justificação.
    Desculpa, mas pela forma como elencas a questão tenho a sensação de que felizmente fazes parte da maioria que nunca se confrontou com um assassino da pesada, que é reincidente, que pratica os crimes mais abjectos... É que há um conjunto mais vasto de variáveis, pelo que é inevitável persistir uma nebulosidade quanto a explicações e por isso ser necessário escavar em diversos 'terrenos'.

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    1. Felizmente, não, Isabel.

      E claro que há mais variáveis, mas isto é um blogue. :)

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  4. Os últimos dias foram tão corridos que me atrasei com as visitas.
    Casos como este deviam fazer-nos repensar naquilo que somos e no como desejaríamos ser no futuro. A humanidade parece dar um passo em frente e dois para trás. Acredito que a falta de amor, é a causa da maior parte dos problemas. Seja esse amor por nós, ou pelos outros. Mas às vezes interrogo-me: Será só isso? Ou a genética também tem a sua quota parte?
    Um abraço

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    1. Nunca é só uma coisa, mas a ausência de amor deve ter o peso maior, Elvira...

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