terça-feira, setembro 16, 2014

Transcrições Sobre a Nossa Justiça...


«Quero que a justiça se faça, no caso da Casa Pia, doa a quem doer, mas para que possa ser implacável é preciso que seja leal, correcta. Disso depende a confiança dos cidadãos no sistema. Eu não falo em cabala, nem o PS usou essa palavra. Mas falo no que o advogado de Paulo Pedroso falou: urdidura ou maquinação. E temo que o objectivo seja, não atacar o PS, mas a justiça. E salvar os criminosos, da pedofilia ou outros.»

                                          Ana Gomes, “D. Notícias”, 12 Out. 03

«No Portugal do século XXI, só um juiz se pode dar ao luxo de convocar dezenas de pessoas para comparecer no mesmo dia, à mesma hora, para um audiência de um julgamento que tem uma grande hipótese de não se realizar.»

                                              Jorge Fiel, “Expresso”, 22 Out. 05

«A verdadeira crise da justiça é esta: a generalizada convicção de que há duas leis penais, uma para os portugueses comuns outra para os influentes e poderosos. Quanto ao mais, porque havia o futebol de ser uma ilha de honestidade no resto da sociedade portuguesa?»

                            Manuel António Pina, “J. Notícias”, 23 Fev. 06


«Esta sociedade é muito hipócrita. Quem roubar até 10 mil contos é ladrão, quem roubar até 100 mil faz um desvio, quem roubar para cima de um milhão faz uma operação de engenharia financeira.»

                          António Coimbra de Matos, “J. Negócios”, 2008

A Justiça falha e muito. Não sei se por corrupção, se por incompetência, se por maldade. Sei é que falha. E sei que não gosto nada de viver num país em que nós, cidadãos comuns, quando comparecemos perante ela, estamos expostos a dois vereditos - condenados ou absolvidos, enquanto os poderosos beneficiam de uma terceira via: a prescrição, uma imoralidade que lembra a carta "Saia da Prisão", do Monopólio, que guardávamos para usar quanto caíssemos nessa casa.»

                                            Jorge Fiel, “J. Notícias”, 24 Mar. 14

«O ‘Face Oculta’ não é um esquena entre gaviões, é um retrato de corrupção no país que a pratica e tolera. Armando Vara ou José Penedos são poderosos e famosos mas o processo está cheio de gente fraca e desconhecida. Não é um polvo, é uma forma de estar, que envolve políticos com acesso a cargos de poder em empresas públicas, um sucateiro com quem fizeram uns contratos em troca de algumas coisas e muita gente nessas empresas que recebia umas luvas para levantar a cancela ou fechar os olhos a uma pesagem mal feita.»

                             Pedro Santos Guerreiro, “Expresso”, 06 Set. 14

O óleo é de Valentino Ciusani.

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