Hoje aconteceu-me um daqueles acasos felizes, quando passava próximo do casario do Olho de Boi.
À medida que me aproximava comecei a escutar com mais intensidade o som mágico de um acordeão.
Fiquei na dúvida se seria um disco ou música ao vivo. Foi por isso que fui entrando sem ser convidado, até descobrir uma jovem a tocar, nas velhas escadas das traseiras da casa da família Santos.
Ela assim que me viu parou de tocar. O silêncio fez com o velho Orlando espreitasse e me acenasse, quase ao mesmo piscou o olho à moçoila, para que continuasse a tocar.
E ela tocou e encantou.
Quando ela resolveu fazer um intervalo o Orlando cheio de orgulho apresentou-ma como sua neta, a Rita, filha da Carla, que tem mais ou menos a minha idade.
Disse-lhes que há muito tempo que não escutava aquele som, quase mágico, acrescentando que ela tocava muito bem, mais perto de Paris que dos bailes das aldeias.
Ficámos por ali alguns minutos à conversa, na companhia de umas cervejolas, que a dona Aurora nos trouxe.
Antes de me despedir pedi à Rita para voltar a tocar, para partir em beleza. A moça sorriu e fez-me a vontade, enquanto me despedia dela e dos avós.
O óleo é de Jeanette Guichard Bunel.
Na segunda-feira estive a ouvir tocar 'concertina' na nossa terra.
ResponderEliminarGosto do som que sai dos foles e de ver a agilidade dos dedos de quem toca.
Beijinho, Luís.
O poder de atração da música, não é? A mais bela e abstrata de todas as artes. Tanto que eu gostava de saber tocar!
ResponderEliminarE os momentos de magia sabem tão bem...
ResponderEliminarObrigada pelo comentário de há dias no EQ. Aparece, se puderes.
Beijos e votos de boa Páscoa.
eu também gosto e começa a ser uma raridade, Maria.
ResponderEliminaré um poder e tanto, Graça. :)
ResponderEliminarestá, Filoxera.
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