Quando ela começava a falar da sua vida, nunca sabia onde começava a verdade e onde acabava a ficção. Talvez fosse isso que me deixava fascinado a ouvi-la, de cigarro no canto da boca, a fabricar nuvens cinzentas que aligeiravam o azul dos seus olhos.
No meio de tantas profissões, tantas cidades, tantos mundos, perguntei-lhe: «já foste quase feliz?» Ela respondeu-me com apenas um «sim». Percebeu que o meu silêncio pedia desenvolvimentos e foi então que me falou e encantou com a história da sua passagem pelo circo do tio, onde foi bailarina, trapezista, amazona, equilibrista e mulher-palhaço.
Sorri e disse-lhe que ela além de contar, também devia escrever as suas histórias...
Desculpou-se e disse que escrever nunca foi o seu forte, sempre deu muitos erros...
O óleo é de Jean-Claude Desplanques.
Existem em Portugal, especialmente entre os mais velhos, excelentes contadores de histórias, embora muitos não saibam escrever mais do que o seu nome.
ResponderEliminarUm abraço
Querido Luís, miminho para ti lá no Irreversível!❤
ResponderEliminarGostei deste post.
ResponderEliminarMas o título, esse, está fabuloso :-)
Um beijo.
é verdade, e é por isso que expressam tão bem a sua oralidade, Elvira.
ResponderEliminarés uma querida, Margarida.
ResponderEliminarainda bem que gostaste, Filoxera.
ResponderEliminartodos nós, ou quase todos, acho eu, já fomos, muito felizes, e por vezes nem sabemos, ou melhor nem sabíamos.
ResponderEliminarhoje estou a divagar para além.muito além do texto.
um beij
sim, há a vida também é feita de bons momentos, Piedade. :)
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