Não é preciso sermos especialmente materialistas ou saudosistas, para sentirmos o quanto alguns objectos nos são úteis e especiais. Como não fazem parte do clube dos "imortais", um dia acabam por perder a funcionalidade e têm de ser substituídos. O pior é sabermos que existe uma grande proabilidade de não encontrarmos um substituto à altura...
Inspirado neste tempo, fiz uma festa no meu chapéu de chuva que me acompanha a mais de vinte anos, resistindo a tantas chuvadas e temporais. Foi uma oferta do meu pai.
Tem o cabo a imitar cana da índia, o tecido já está um pouco gasto, com um pequeno furo e algumas pontas a desfiarem, mas as varetas prometem continuar a enfrentar os temporais, como se fossem "trinca-fortes". O mesmo acontece com umas calças ou um blusão que envelhecem, cujo modelo deixou de se fabricar, e logo aquelas farpelas que já faziam parte da "nossa moda", para a vida toda...
Às vezes até um caderno ou uma caneta, ou com outra coisa qualquer, deixam de aparecer no mercado. Nunca houve um tempo como este, em que as novas modas (surgem todos os dias) tornam quase tudo obsoleto, e claro, raro...
O óleo é de Leonid Afromov.
A propósito de coisas especiais, vou fazer uma confidência. Tenho algo que deve ser substituido pelo menos de 6 em 6 meses. Tenho este “objecto” há umas dezenas de anos. Está em belíssimo estado (aparente) embora não o use há ... igualmente ...umas dezenas de anos! Foi comprado em Espanha e foi o meu primeiro. O que será? O meu primeiro conjunto de sombras para os olhos!!!!! Por favor, não se riam!!! :)))))) Já mudei de casa uma série de vezes e as minhas sombras acompanham-me! Será isto motivo para psicanálise?! : )
ResponderEliminarGosto do quadro.
e são estes objectos intemporais que fazem a nossa história de vida e revelam mais da nossa personalidade :) espero que o guarda chuva perdure no tempo, querido luís. um beijinho grande e bom fim de semana!
ResponderEliminarComo eu te entendo!
ResponderEliminarTenho comigo um guarda-chuva da minha mãe e nem me arrisco a expô-lo à intempérie, que estas ventanias não perdoam...
Só este Inverno já se foram dois à viola.
Beijinho, Luis.
pois é, agora tudo é de usar e deitar fora.
ResponderEliminareu lembro esses chapéus de chuva, penso que é, ainda, o que o meu pai usa quando se desloca para o seu cafézito matinal, nos dias de chuva mais ou menos amena. eu não uso. de cada vez que me atrevia a sair com ele, deixava-o ficar. e gosto de andar à chuva, de preferência, a descalçar sapatos e a chapinhar nas poças.
beijos
de certeza que não, Catarina.
ResponderEliminaro espaço que ocupa faz dele um "privilegiado"...
acho que sim, são parte de nós, Alice...
ResponderEliminarmas o meu é um "duro", não o dispenso nestas batalhas contra a chuva e o vento, Ana...
ResponderEliminar(e esta, ela ainda gosta de chapinhar nas poças...)
ResponderEliminara minha filhota também, Maré,,,