A Páscoa tem sido sinónimo de mini-feiras no interior, numa pequena aldeia da Beira Baixa, onde é possível quebrar rotinas e aliviar o "popularucho stress".
Mesmo que me deite tarde, sou o sempre o primeiro a acordar. Depois de comer qualquer coisa, lá vou eu, em busca de nada, na companhia da bicharada que voa e canta, pelos campos, desta vez mais verdes e floridos, graças à boa da chuva.
Num destes passeios matinais também fui surpreendido pelas movimentações rápidas de um rebanho, que mudava de lugar de pastagem, sem ter tempo sequer para saborear a folhagem. Tudo graças à acção de um pequeno cão, ladino, que passou perto de mim e fingiu que não me viu, ali parado, a assistir ao espectáculo como se estivesse num "camarote".
Ao longe estava um rapaz, que de vez em quanto assobiava, para que o cão se acalmasse e deixasse o rebanho saborear a pastagem.
Aproximei-me e passei rente ao jovem que estava prestes a entrar na adolescência, dei-lhe um bom dia e recebi um nada de resposta. O único que respondeu foi um velho cão, pastor serra da estrela, que me avisou para desaparecer dali, como se estivesse a mais.
Lá segui o meu caminho, sem mudar de velocidade e sem parar de olhar para o rebanho...
Aquele encontro fez com que me lembrasse do meu pai, porque a sua primeira profissão foi pastor. Tantas vezes que em vez de ir à escola, tinha de ir guardar cabras e ovelhas, descalço, pelos montes e vales que circundavam a sua aldeia...
O fio condutor das nossas memórias. Um abraço.
ResponderEliminarDepois de ler este texto, senti saudades de viver no campo onde nunca vivi. Gostaria de, neste momento, poder sentar-me à sombra de uma árvore, ou mesmo em cima de um valado, e observar as actividades que estivessem a decorrer na altura: rebanho a pastar, vindimas (a que nunca assisti), observar as andorinhas... O campo não me é estranho mas gostaria de conviver com “ele” com mais frequência e por períodos mais longos! Estarei a aproximar-me a grande velocidade do estado “sopas e descanso”? : )
ResponderEliminara vida do campo, outros tempos, talvez, ainda tão presentes!
ResponderEliminaras diferenças e as indiferenças, as desconfianças e as credibilidades...
beijinhos
A memória que se descreve quando algo nos faz regressar a ela. A vida é dura no campo...
ResponderEliminarUm abraço, Luís.
passo para deixar um beijo com cheiro a verde campo
ResponderEliminarMemórias vivas...
ResponderEliminarBjs Luís M.
Caramba! e o que há para apreciar nessas belíssimas aldeias da Beira Baixa...são férias de luxo, sem dúvida.
ResponderEliminarMonsanto, Idanha, etc, etc, etc... é um nunca acabar de verde a perder de vista e de memórias que devem ser preservadas enquanto património colectivo.
Aproveita bem Luís. Estes dias de sol acrescentam-lhes um rumor especial.
beijos
é, Helena...
ResponderEliminarpois é, Catarina, eu também quando era pequenote não achava muita piada às férias passadas no campo, na casa dos meus avós maternos...
ResponderEliminarfelizmente ainda fui a tempo de me redimir e hoje viveria com muito prazer, em muitas aldeias deste país...
sim, Gaivota, mas o campo é campo e a cidade, cidade...
ResponderEliminaré dura mas tem coisas deliciosas, Graça...
ResponderEliminarum cheiro sempre agradável, Gabriela...
ResponderEliminarvivas, porque a paisagem as vai avivando, M. Maria Maio...
ResponderEliminarjá passou, Maré...
ResponderEliminarmas há coisas que ainda permanecem, quando abro a janela...