sábado, novembro 14, 2009

À Procura do Codex 632

Agora que voltei às leituras sem obrigações, tive mesmo de abrir e ler as 550 páginas de "O Codex 632", de José Rodrigues dos Santos.
Nunca gostei de falar sem saber, pelo que sentia imperioso ler o autor, para perceber se estávamos diante de um "talento literário" ou de um simples "operário das letras". À medida que ia lendo, percebi que o Rodrigues era mesmo um operário, havia nas páginas do livro muito mais transpiração que inspiração.
Este livro também reforçou a minha opinião de que é uma estupidez escrever um livro quase com seiscentas páginas, quando metade é "palha", coisas perfeitamente acessórias e desnecessárias, mesmo num romance que quer ser histórico (pelo menos para mim enquanto leitor).
E nem vou falar de algumas frases de mau gosto que vão surgindo, de vez em quando, completamente fora do contexto...
Sei que a minha leitura não foi completamente isenta (antes de ler o livro já pensava que ia ser assim...), talvez exista algum preconceito contra alguns destes "jornalistas-escritores-estrelas de televisão" (a excepção é o Rodrigo Guedes de Carvalho), ninguém é perfeito...
Ainda na última conversa que tive com o meu irmão sobre literatura e religião (graças ao Saramago, claro... vende e farta-se de nos fazer dar à língua), percebi o facto de não conseguir desligar a personagem do escritor.
O João diz para não me preocupar por que isso nem sequer é grave e costuma acontecer com a maior parte dos críticos literários.

8 comentários:

  1. :)) eu não me senti sequer tentada a comprar nunca, os livros do JR Santos. não percebo porquê Luís.
    como já te tinha dito um dia, do Rodrigo li 3, penso, e também gosto. acho que tem muito a haver com a empatia, sei lá!

    ___

    mais um beijo e bom fim de semana Luís

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  2. Infelizmente é um preconceito mas que, em certa medida, tem a sua lógica; se é que esta existe ;)

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  3. Ainda não li. Não sei se me apetece. Livros de 600 pags, só na Faculdade e, mesmo assim, selecionavam-se capítulos!
    Bjos, Luís

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  4. Epá, o Rodrigues dos Santos não foi aquele puto pivô que se aguentou à bronca - muito bem aliás - quando começou a "Guerra do Golfo"? Fiquei impressionado, sim senhor. E ganhei respeito e admiração pelo jornalista... Ou, pelo menos, pelo pivô (função que não é fácil).
    Agora como escritor? Pois, não sei: ainda não li.
    Um abraço, Luís.


    Vitorino

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  5. às vezes temos presentimentos, Maré.

    o pior é termos razão...

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  6. existe, Helena, claro que existe...

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  7. também penso assim, Lúcia.

    de longe a longe abro uma excepção.

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  8. jornalismo televisivo raramente é literatura, Vitorino...

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