O 25 de Novembro de 1975 nunca foi (nem será...) um dia claro e limpo como o 25 de de Abril de 1974.
Provavelmente por ainda hoje dividir muitos portugueses. Eu só posso falar do que leio e do que ouço. Aos treze anos teria de certeza outras coisas para pensar...
Sei que era urgente acabar com todos aqueles extremismos e oportunismos que abundavam de Norte a Sul, que estavam a aproximar o país de uma outra ditadura, esta de esquerda, mas...
Há muita gente que ainda não disse tudo... há outros que já disseram o essencial. Não deixa de ser curioso que por exemplo o coronel Vasco Lourenço afirme que foi traído pelo general Ramalho Eanes, que quis ficar com todos os louros da "festa". Mas o general não foi o único a ganhar, até o coronel Jaime Neves, sem esperar, já é general, ao contrário da maior parte dos capitães de Abril...
O golpe era necessário, mas nunca o retrocesso que se deu nos anos seguintes, inclusive a entrega do poder económico às "famílias" do salazarismo e do marcelismo, que voltaram a dominar a banca, a indústria, o comércio e o turismo.
A gaivota de Abril que voava (muito bem apanhada nesta fotografia feliz de Aníbal Sequeira) foi ferida numa asa e embora a maleita tenha cicatrizado, nunca mais conseguiu voar nem planar com total liberdade de movimentos...
O teu último parágrafo revela o que penso.
ResponderEliminarBjs, Luís
Gosto de reflexões serenas e ainda mais quando estou de acordo com elas. Obrigada.
ResponderEliminarVivi intensamente o 25 de Novembro. Não concordo com a totalidade do que dizes, pois faltam dados essenciais. Acredito, no entanto, que um dia a História do 25 de Novembro se fará...
ResponderEliminarBeijinho, Luís
Uma certa normalização que veio com o 25 de Novembro resolveu dois problemas:
ResponderEliminar- Acabar com a divisão do Pais em Norte e sul a partir de Rio Maior;
- Eliminar a possibilidade de o PCP fazer impor um modelo de sociedade que estava esgotado (os americanos entrariam em Portugal?); evitar o temor de uma guerra civil.
Saudações
e se uma gaivota viesse
ResponderEliminartrazer-me o céu de lisboa?
(um dos meus versos favoritos")
beijo, luís
Reflexão sóbria, estou igualmente de acordo que 35 anos passados seria de esperar uma maior transparência e o que se verifica são dados que teimam em não ser finalmente clarificados. Para se estudar um determinado acontecimento é necessário um distanciamento temporal, estaria na hora…
ResponderEliminartoda a História - desde o 25 de Abril - está ,ainda ,por fazer//escrever
ResponderEliminar( talvez os nossos netos )
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um beijo
não acredito que se venha a saber a totalidade dos factos(verdadeiros) que ditaram o rumo da história.
ResponderEliminare nem só nesta data histórica ou neste facto. quem não se lembra do assassinato do padre Max?...
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beijos
é uma realidade pouco animadora, Lúcia, mas...
ResponderEliminaré o que penso, Helena...
ResponderEliminarclaro, Maria.
ResponderEliminarmas penso que faltariam sempre. mas provavelmente viveste esta data de tal forma intensamente, que tens dificuldade em olhar para os dois lados da balança.
embora acredite na necessidade de um 25 de Novembro, nunca seria este. com o socialismo metido na gaveta pelo Mário Soares e pelo regresso dos capitalistas e de tanta gente que fez mal ao nosso país, inclusive os jeitosos da PIDE, que passaram a viver como se não se tivesse passado nada...
mas isto era tema para um livro e não para um "post"...
sim, JPD, acabou com essas e outras "loucuras", mas acabou por trazer outras, que transformaram o nosso país nesta coisa estranha que é hoje...
ResponderEliminare eu que hoje andei rodeado de gaivotas pelo Ginjal, no meio do nevoeiro e de pescadores, Alice...
ResponderEliminarnão sei, Sam, acho que ainda falta tempo.
ResponderEliminardepois há ainda muitos protagonistas, vivos, com medo de contar o que realmente se passou...
toda é muito, Gabriela.
ResponderEliminarmas ainda falta distanciação para se fazer uma leitura correcta...
eu acredito, Maré.
ResponderEliminaré mais fácil, há mais dados e mais gente envolvida que mais tarde ou mais cedo dirão da sua justiça (alguns já começaram, como foi o caso do coronel Vasco Lourenço).