Aproveitei a Páscoa para passar uns dias na Beira Baixa, onde reparei num pormenor que me tem passado despercebido. Senti-me de regresso a um país antigo, que ainda alimenta a existência de dois universos distintos, o masculino e o feminino, como nos anos, cinquenta sessenta e setenta.
Nunca tinha reparado com tanta nitidez que os cafés são para os homens e a casa e a igreja para as mulheres.
Por ter bebido café em terras diferentes (Alcafozes, Medelim, Penha Garcia), onde o único ponto comum era estar rodeado apenas de homens, de várias idades, que faziam um barulho ensurdecedor (até neste aspecto as mulheres fazem falta, cortam o pio a tantos homens...).
O mais curioso é que algumas mulheres da cidade, quando regressam ao interior beirão, parecem sentir-se cómodas com esta separação.
Eu senti-me bastante estranho neste recuo no tempo...
A fotografia é do inesquecível Robert Doisneau (acho que já a publiquei, mas...).
Me senti exatamente assim em Vila Pouca de Aguiar. Sensação estranhíssima mesmo, ainda mais sendo mulher, urbana, ativista de direitos iguais.
ResponderEliminarBeijinhos
E para quem gosta de um bom café, e dois dedos de boa conversa, e ser mulher, entrar nesses lugares, nesses lugares ainda distantes faz alguma confusão, a "elas" e a "eles" que vivem por lá...
ResponderEliminarBeijos, Luís M.
Às vezes sinto-me assim aqui mesmo, nesta terrinha que tu também conheces...
ResponderEliminarNo interior do país é assim, seja Beira ou Alentejo...
Beijinho, Luís
Ai Luís, e se eu te dissesse que sou uma dessas mulheres?
ResponderEliminarOlha que os cafés de aldeia da beira não são lugar para mulheres normais. Fuma-se, bebe-se, grita-se, dizem-se palavrões e joga-se às cartas, tudo em excesso. Viva o descanso caseiro!
beijinho
E será que é só na Beira? Hum, não me parece. Isso são sinais de subdesenvolvimento e menos de regionalismos, creio eu. Acontece, porém, que se trata de uma zona do interior onde, por razões mais ou menos óbvias, o progresso (seja ele qual for) demora mais a chegar.
ResponderEliminarBjs
é assim memo Luís
ResponderEliminare acredita, basta só andares uns parcos quilómetros em linha transversal à costa...
estranho como tudo às vezes é tão longe!
beijos
eu nunca tinha sentido tanto isto, talvez por no Verão as coisas serem diferentes, há festas e mais pessoas da cidade, Cris...
ResponderEliminarsem qualquer dúvida, M. Maria Maio...
ResponderEliminarmas é diferente, Maria...
ResponderEliminardas que ficam em casa, Alice?
ResponderEliminare não pensam fazer uma revolução de costumes?
concordo contigo, Paula.
ResponderEliminarclaro, Maré, basta sairmos da cidade.
ResponderEliminarmas nem sempre reparamos tanto. eu reparei por verificar na mesma realidade em três terras diferentes...