A edição de hoje do jornal "Avante" dá um destaque especial ao centenário do nascimento do escritor Soeiro Pereira Gomes (14 de Abril de 1909), com a publicação de um suplemento e também da edição da obra, "Contos Vermelhos e Outros Escritos".
Não podia deixar de assinalar a data, pois Soeiro Pereira Gomes foi o primeiro escritor a despertar-me para a "ganância" do capitalismo, no começo da minha adolescência, nos anos setenta, através da leitura de, "Engrenagem", um romance que aborda as implicações da industrialização nos campos, tal como as promessas do patronato que raramente são cumpridas...
Sempre gostei de Soeiro Pereira Gomes, como gosto de Álvaro Cunhal, do almadense Alberto de Araújo, e de tantos outros verdadeiros comunistas que abdicaram do conforto dos seus lares burgueses, para se entregarem à luta pelo ideal de uma sociedade mais justa e igualitária, durante a ditadura salazarista.
Tinha escrito um comentário enorme mas o snr. blogger não gostou...
ResponderEliminarFalava naturalmente de Soeiro, dos Esteiro (o tal que dedicou aos filhos dos homens que nunca foram meninos) e da dedicatória da Engrenagem, que conheces com certeza.
O livro que saiu hoje foi escrito na clandestinidade, e espero que a edição que saiu traga também a dedicatória, que é lindíssima...
Gosto do Soeiro, como dá para perceber.
Beijinho, Luís
Curiosamente, este foi o primeiro autor de uma obra completa que estudei nas aulas de Português, ainda no ciclo preparatório, como se chamava na altura.
ResponderEliminarEsteiros, foi um livro que me marcou, mesmo sem perceber as conotações políticas, pela força das imagens e riqueza da narrativa.
Li "Engrenagem" com os meus vinte anos. Aliás, gosto do neo-realismo na escrita portuguesa.
ResponderEliminarNão sou comunista e desconfio do homem bom. Embora haja vidas de homens que se dizem comunistas que se deve relevar.
Um abraço.
Também gosto, mas escritores dessa vaga eram de uma prosa tão apurada, que é difícil voltar a encontrar outros assim.
ResponderEliminarHoje estive a ouvri ler, excertos de «A Lã e a Neve» de Ferreira de Castro,entre outros, numa actividade para assinalar o Dia da Voz, se não leste,tenta, acho que vais gostar...
Beijos, que a conversa vai longa, Luís M.
Boa memória
ResponderEliminarde um homem escritor breve
mas de corpo inteiro
não conheço a obra que referes Luís.
ResponderEliminardo Álvaro conheço o que foi editado
mas admiro, tal como muitos, acima de tudo a crença, a entrega...
um beijo
também gosto muito dele, Maria...
ResponderEliminareu devo ter lido a sua obra no sétimo ano, Si...
ResponderEliminarCarlos, eu admiro todos os homens que lutaram verdadeiramente pela causa colectiva.
ResponderEliminarsim, escreviam de uma forma apurada, chegavam com mais facilidade aos leitores, M. Maria Maio.
ResponderEliminaré verdade, Mar Arável.
ResponderEliminarse não partisse cedo demais, mais histórias nos teria deixado...
sim, Maré.
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