As dores de costas eram cada vez era maiores, a pior posição para estar era sentada. Deitada, a vida tornava-se menos dolorosa, mas mais lenta. De pé, e a andar, não era mau de todo. Sentia-se mais viva, mesmo que as pernas fraquejassem, pois cada vez queriam menos andar...
Não se metia nas conversas, como noutros tempos, limitava-se a escutar e a olhar para os netos, tão crescidos, um deles já com a namorada ali presente. Todos eles andaram ao seu colo, todos eles foram apaparicados por ela, como devem ser pelas avós.
E ali estava ela, a pensar.
Sim, pensar. Pensar na vida, andar para trás e para a frente no tempo, trazer para o lado de cá aqueles que teimavam em ficar no lado de lá....
Quando não falamos, pensamos...
(Fotografia de Luís Eme - Sobreda)
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