sexta-feira, novembro 01, 2024

O Dia da Procissão de Cacilhas (sem procissão...)


Desci até Cacilhas com o objectivo de carregar o passe e acabei por me cruzar com os primeiros preparativos para a habitual procissão anual, que devia sair daí a minutos da Igreja da Localidade Ribeirinha.

A Fanfarra dos Bombeiros desfilava e animava a Rua Cândido dos Reis com a sua música. Já quase no seu final os vários vendedores de castanhas e de farturas, preparavam-se para satisfazer as gentes que daí a nada iriam encher a rua e o largo...

Foi quando caíram os primeiros pingos, sem que o Sol fugisse ou quisesse dar tréguas ao mau tempo. O costume era haver uma pausa do mau tempo, enquanto a procissão passava pelas ruas de Cacilhas.

Mas cada vez percebemos menos o tempo (a tragédia do Sul de Espanha, é um bom exemplo...). E, apesar de todos os preparativos, a procissão não saiu mesmo à rua... 

Até tivemos direito a uns trovões e tudo...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas - ainda com Sol...)


5 comentários:

  1. É normal chover em Novembro.
    Valência fica, mais ou menos, no mesmo paralelo de Lisboa, no centro,este, de Espanha.
    Talvez seja uma boa altura para Cacilhas trocar o padroeiro para São Pedro, em Junho é improvável chover.

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    1. As tradições e os "milagres" têm normalmente data certa, Pedro.

      O curioso, é que mesmo em dias de chuva, na hora da procissão havia uma pausa...

      Mas agora é tempo de mudar, e os deuses devem estar todos chateados por acharmos que podemos continuar a viver "à grande e à francesa". Por isso é que nos lançam avisos cada vez mais violentos...

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  2. Ele não acredita em deuses, nem em anjos, mas lembra que há uns bons anos atrás, um amigo, o Carlos, que nascera em Cacilhas, o desafiava, não para a procissão, propriamente dita, mas para uns berbigões, quando ainda havia berbigões e e não as miudezas que agora aparecem por aí e não sabem a nada, com muitos alhos, coentros e azeite para molhar o pãozinho. Éramos alguns nessas tardes e, por tradição petisqueira, a um determinado tempo, se colocava um pedaço de pão na molhanga e quem nele tocava, pagava a despesa. Uma rábula que já sabíamos, acabava sempre do mesmo modo: o Carlos lançava o pão para o molho e em segundos ia buscá-lo porque sempre quiz pagar a festarola. E ai de quem infringisse a rábula pois haveria raios e coriscos...
    Por chuva e pela procissão, que nem ao adro chegou, lembro a quadra do poeta António Aleixo:
    «Pára-raios na Igreja
    é para mostrar aos ateus que o crente,
    por mais que o seja,
    não tem confiança em Deus!».

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    1. Era uma Cacilhas diferente, que ainda não tinha aprendido a falar "ingalês", Sammy...

      Acreditemos ou não, os deuses estão a deixar-nos cada vez mais entregues à nossa triste sorte...

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    2. Ó Sammy, não conhecia essa do Aleixo, mas está muito boa.

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