Sei que muitas pessoas nunca deixaram de pensar que eram "arianas", alimentando sempre que lhes era possível a "aura" que as tornava diferentes dos outros, a que sempre gostaram de chamar "povo". Só o não diziam em público porque o espírito do malfadado 25 de Abril ainda estava bem presente nas ruas...
A reboque de uma crise sem igual conseguiram chegar ao poder, disfarçados de "salvadores da pátria", preparados para tudo, até para inverterem o ciclo da própria história.
Os resultados estão hoje bem à vista, pois todos os dias nos roubam direitos e somam deveres, transformando o país num lugar miserável, quase sem lugar para novos e para velhos.
A lição está de tal forma estudada que a ideologia dominante salta da própria sociedade, desde a senhora do Banco Alimentar que resolve vir dar lições de como devemos lavar os dentes ou quantas vezes podemos comer bifes por semana, ao Cardeal Patriarca que quase que apela para não nos manifestarmos, para aceitarmos este "calvário", como se fossemos uns Cristos (coisa que ele não é, nem quer ser, pois não prescinde das suas mordomias...). Só faltavam as palavras do banqueiro multimilionário que sabe-se lá porquê, tem uma predilecção especial pela palavra "aguenta", para dizer essa coisa inteligente sobre a crise, de que aguentamos, porque os sem abrigo também aguentam...
Infelizmente os sem abrigo já estão praticamente riscados da sociedade, só são preocupação para alguns voluntários que andam pelas ruas a distribuir-lhes roupas, medicamentos e alimentos.
O banqueiro fascista conseguiu ir ainda mais longe que os seus dois comparsas.
O mais grave é que ele tem razão, aguentamos mesmo tudo. Caso contrário, ele já teria engolido as suas próprias palavras...
A fotografia é de Robert Doisneau.
Esse gajo do banco devia passar uma semana na rua, agora de Inverno, para ver o que é bom para a tosse e para o esqueleto.
ResponderEliminarNão é isso, Luís.
ResponderEliminarO "calvário" já existe desde o tempo de Cavaco como primeiro ministro.
As palavras da senhora do Banco Alimentar, do Cardeal Patriarca e agora do banqueiro foram mal interpretadas, ou interpretadas como convém a uma certa gente. Mas não passa de um certo ruído nas redes sociais e de uma certa imprensa que vive deste tipo de especulações.
"A crise sem igual"; os culpados não se resume só à crise do sistema capitalista, aos mercados,à senhora Merkel, ou à globalização. Deve-se também à perversão do nosso sistema democrático (aqui neste ponto dava para um dia de debate).
...quero ainda acrescentar que, há pessoas que têm uma grande dificuldade em se expressar perante a comunicação social. Começa no governo e acaba nestes exemplares. Isso eu também sei.
ResponderEliminarabraço.
Tens toda a razão e não ligues ao D. Carlos ou à Rainha de Inglaterra.
ResponderEliminarEles aguentam é a viver no bem bom, à nossa custa.
Texto pungente, imbuído de descontentamento, de tristeza, de desencanto. Que poderia ter sido escrito por mim.
ResponderEliminarSe fosse em Espanha estes fulanos já estavam no olho da rua. Mas aqui é tudo paninhos quentes, punhos de renda, hipocrisia, indiferença, medo...
Um desânimo, amigo Luís!
talvez lhe fizesse bem, Adriano.
ResponderEliminarsim, Carlos, dava para mais de um dia de conversa.
ResponderEliminarse pensarmos no que alguns espertalhaços roubaram ao estado, na expo 98, na construção das auto-estradas, no euro 2004, na compra de submarinos e no BPN, as coisas seriam muito diferentes.
não foram tostões, foram muitos milhões...
e sim, tudo começou com o Cavaco e a sua trupe (estão em todas).
Carlos isso pode-se aplicar à senhora, mas nunca ao banqueiro ou ao cardeal.
ResponderEliminarestes sabem muito bem o que dizem e o que querem dizer.
o problema é esse, Adriano.
ResponderEliminarnem mais, Graça.
ResponderEliminarNão tenho mais palavras, está tudo dito.
ResponderEliminar:)
ResponderEliminarNem mais maigo nem mais.
ResponderEliminarUm abraço
pois, Elvira. :(
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