As palavras dos outros tanto nos podem solicitar mais palavras, como um sorriso, um pensamento ou um simples olhar.
A Cidade onde vivo, terá virtudes e defeitos, como todas as outras.
Pelos motivos mais variados, dou por mim a fazer paralelismos entre Almada e a minha Cidade Natal. E descubro tantas diferenças. Hoje isso aconteceu mais uma vez...
Sinto que se tivesse nascido aqui e me mudasse para as Caldas da Rainha, não passaria de um estranho. Dificilmente me iria conseguir adaptar aquele ambiente pequeno burguês, onde o carro, a casa, o casaco, os sapatos, etc, são mais importantes que o que o realmente somos, enquanto pessoas.
Ao tentar caracterizar Almada com apenas uma palavra, senti que só lhe poderia chamar, Cidade Aberta, provavelmente por me ter recebido de braços abertos, por me ter dado tanto (embora também tenha recebido muito de mim...).
As pessoas que fui conhecendo na Margem Sul, nunca se preocuparam com os meus bens materiais. Preferiram conhecer-me, saber que tipo de pessoa era, se pertencia ao seu "reino" ou se era de outro "país", sem repararem na marca das minhas calças ou da camisa que vestia.
É caso para dizer, que esta diferença faz toda a diferença. Embora goste muito da Terra onde vivi até aos dezoito anos, não tenho dúvidas que pertenço sobretudo a este Lugar à beira Tejo que me acolhe há quase vinte cinco anos.
O óleo é de Claude Gaveau.
Sei bem o que é sentirmo-nos estranhos em nossa casa. Partilho o seu sentimento em relação à minha terra natal, Elvas. Nunca me adaptei aquela mentalidade provinciana e bacoca do parecer mais do que ser, do culto à aparência, à hipocrisia e às vistas curtas. Não é que não goste da minha terra natal, adoro-a mais que tudo, pois afinal é a terra que me viu nascer, mas infelizmente para me realizar profissionalmente tive que saltar 5 mil kms...
ResponderEliminarHá quem diga que a nossa terra é aquela onde nos sentimos bem, embora provavelmente passados estes anos a sua terra será também já uma cidade mais aberta.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
quase todos os que saimos da "provincia" sentimos isso, uma "asfixia", o querer partir para a liberdade, André.
ResponderEliminare é, Elvira.
ResponderEliminaràs vezes nascemos no lugar errado. :)
Foi o que me aconteceu ( e acontece, mesmo ao fim de 37 anos) quando vim de Lisboa para Leiria... Foi, de facto, uma asfixia...
ResponderEliminarconcordo em absoluto com o teu texto.
ResponderEliminarum beij
graças à pequenez das mentes das cidades de provincia, Graça.
ResponderEliminarjá sentiste na pele, a asfixia, Piedade. :)
ResponderEliminarmuito, muito ...
ResponderEliminarpercebi, Piedade. é terrível.
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