Almada faz jus à sua situação geográfica, na Margem Esquerda do Tejo e sempre que pode antecipa-se às revoluções, foi assim a 23 de Junho de 1833 e também a 4 de Outubro de 1910. E se recuarmos mais algum tempo, em 1580 também vendeu cara a derrota aos espanhóis...
Voltando ao 4 de Outubro, de há exactamente cem anos, a presença de dois dirigentes republicanos e a acção dos agentes políticos locais, com realce para Bartolomeu Constantino, sapateiro de profissão e ainda mais revolucionário que os próprios republicanos, graças ao seu ideário, próximo do socialismo e do anarquismo, fizeram com que Almada se tornasse republicana, antes do tempo.
Bartolomeu Constantino tinha qualidade oratórias invulgares e foram as suas palavras, junto das fábricas, que conseguiram trazer para a rua cerca de oito mil operários, que percorreram as principais artérias de Almada, com vivas à República, e claro, com outros "mimos" muito menos agradáveis, em relação ao Rei, à Monarquia e à própria Igreja.
O cortejo revolucionário só parou em frente aos Paços do Concelho, ocupados pacificamente e onde se ergueu a Bandeira do Centro Republicano Capitão Leitão e se fizeram discursos inflamados pelas principais figuras da revolta.
O Castelo de Almada também foi ocupado, com a cumplicidade da guarnição, que viu ser içada a Bandeira do Centro Republicano Elias Garcia.
E mais uma vez se fez história em Almada, antes do tempo...
Nota: A República também foi proclamada a 4 de Outubro no Barreiro, Loures, e Aldeia Galega (Montijo).
Quanto mais me informo, menos motivo para comemorações encontro...
ResponderEliminarA História tem muito que se lhe diga.
Beijinho
Gostei desta "lição" de história.
ResponderEliminarAlmada sempre progressista...
Um abraço, Luís.
eu não, Ana.
ResponderEliminaro 5 de Outubro, tal como o 25 de Abril, não tem nada a ver com o que seguiu, nem com os muitos oportunistas que gostam mais de poder que de bananas...
sem dúvida, Graça.
ResponderEliminarAlmada é feita de gente que desenvolveu desde cedo o sentimento de classe, correndo atrás da justiça social, por ser uma terra de operários.