Estava sentado no café, a fingir que lia o jornal. A culpa não era minha, era da conversa da mesa ao lado, das duas moçoilas que mostravam o seu descontentamento pela lógica de alguns empregos, que apesar de encherem os anúncios de requisitos "técnicos e intelectuais", havia um, escondido, que continuava a prevalecer nas escolhas femininas: a beleza, de preferência acompanhada de sensualidade.
As duas jovens tinham bom aspecto, embora não fossem extremamente vistosas. Talvez fosse este o seu "pecadito". Com o decorrer da conversa, ainda foram mais longe, falaram das "oferecidas", com exemplos e tudo...
Lembrei-me de uma amiga que andou anos e anos a tentar demonstrar que além de loura e bonita, era inteligente. Conseguiu-o apenas a espaços. Sabia que tinha sido escolhida pela sua beleza, só não percebeu que segundo a filosofia daqueles homens engravatados, cheios de perfume e de vaidade, que a cercavam, ninguém de juizo perfeito queria trabalhar com mulheres inteligentes. Sim, elas são sempre uma ameaça para os "machos" que continuam a dividir o mundo ao meio...
Quem melhor que a Marylin Monroe - que deve ter visto tantas vezes o seu talento ser confundido com o seu corpo e rosto -, para ilustrar este "post"?
Penso que se fala aqui de duas coisas muito diferente: talento e inteligência.
ResponderEliminarNão sei se a Marylin era inteligente ...
São perigosas as mulheres inteligentes!
ResponderEliminarÀs vezes são de tal forma inteligentes que para sobreviverem no mundo dos "machos" se fazem de burras! :-)
Abraço
E', com certeza, uma dura realidade!
ResponderEliminarBeijos, flores e muitos sorrisos!
Novas e bonitas... Requisitos para um lugar num emprego...
ResponderEliminarQuanto à Marylin Monroe foi muito vítima da sua fantástica beleza.
Um abraço, Luís.
Excelente post que me faz crer que acredita que beleza e inteligência não são antagónicas. :-)
ResponderEliminarAbraço
Nota: Porque será que não se encontra este preconceito, nos homens? Porque os haverá, não? Bonitos e tolos?! :-) uma tentativa de humor(não muito inteligente, hehe :-))
Patti,
ResponderEliminartb não sabes se não o era, certo?
Vague:
ResponderEliminarErrado. se fosse inteligente não se suicidava por causa de um homem.
Não sei se serão perigosas - estarão à altura, aliás frequentemente mt mais à altura q os homens e isso é uma ameaça
ResponderEliminar(desculpa, Luis, tu aqui como representante do sexo masculino deves estar a passar as passas do Algarve) :))
Segundo certos raciocínios estereotipados, as mulheres 'feias'
ResponderEliminar(conceito q não entendo pq não há propriamente mulheres feias, acho q qualquer uma tem potencial e a beleza é tb isso, explorar o potencial)
seriam, 'et pour cause', inteligentes, não?
Tema sempre interessante este, Luís :)
Patti, permite-me q te diga q estás a ser mt linear, no meu entender.
ResponderEliminarImagina uma depressão. Não estou a falar de tristeza, de se estar deprimido com a o Outono ou a Primavera ou pq nem sei quê. Falo de depressões clinicamente diagnosticadas. As pessoas q têm depressões não são mais fracas q as outras - esse é mais um conceito esterotipado. E sabes se foi por causa de um homem? Aliás, nunca é por causa de um homem, uma mulher, a perda disto ou daquilo. Isso são 'alavancas' q fazem, digamos, transbordar a dor e torná-la insuportável.
Eu penso q ela terá sido tb vítima da beleza, da beleza física, atrás da qual se calhar os homens não se deram ao trabalho de desvendar a beleza interior. Sim, acho q é isso mesmo.
Vague:
ResponderEliminarExacto. No Seu entender.
Não me surpreende de forma alguma,Luís.
ResponderEliminarE não deveriam ser antagónicas, não senhor,...mas entre uma e outra, acredito que a beleza/sensualidade, infelizmente, ganha pontos. E lá que elas sabem isso, lá isso sabem.
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e eu a "ver-te" lêr o jornal ... :)
beijos, Luís
Faltou acrescentar: no Seu Douto entender. Ficava mais chique.
ResponderEliminarSabes Luís, admiro-a imenso. Além de ser lindíssima, tinha aquele ar perdido e acho q foi mt injustiçada e infeliz pq a sua enome beleza, sensualidade e naturalidade sempre falaram mais alto q tudo aquilo q ela tinha por dentro e q gritava sem se conseguir fazer ouvir.
ResponderEliminarDaí à overdose de medicação e suicídio - enfim.
Eu pensava q estes temas já não eram assim tão fracturantes, mas no dia a dia das coisas é q nos apercebemos q ainda fazem mossa nas relações profissionais e as questões de género ainda são pertinentes e carecem de esclarecimento e reflexão.
Patti, nem acho que a questão da Marilin ser inteligente seja importante nesta questão. no entanto penso que estava longe de ser uma "loura burra", como lhe tentaram colocar o "rótulo".
ResponderEliminara questão é a beleza continuar a ser fundamental, muitas vezes em detrimento da competência e da inteligência.
é verdade, Rosa.
ResponderEliminarou se fingem burras ou adquirem os "tiques" dos machos...
serem apenas mulheres, torna tudo mais dificil.
infelizmente, Carmen...
ResponderEliminarpenso que em tempos de crise, de desemprego, nota-se mais, Graça...
ResponderEliminarclaro que não são antagónicas, nem nunca foram, Ana Mar.
ResponderEliminardurante anos e anos as mulheres tiveram de se fingir "burras", por uma questão de sobrevivência...
Peço-te desculpa por utilizar este teu espaço para contactar com a Lóri, uma amiga brasileira, que reapareceu com um blogue chamado "Choque Cultural".
ResponderEliminarDantes tinha um que era o "Na Bronca".
Acontece que não consigo entrar no espaço dos comentários e como estás linkado por ela talvez passe por aqui e me leia.
Abraço
e esta?
ResponderEliminargrande passagem aqui pelo "Largo", Vague.
ainda bem que tiveste tempo para te sentar e trocar uma "prosa" com a Patti
sim, Maré.
ResponderEliminaralgumas mulheres entram neste jogo, para ganhar, embora acabem por perder muitas coisas...
acho que ninguém gosta de ser olhado apenas como um "objecto de desejo", Vague.
ResponderEliminare esse devia ser o principio da infelicidade da Marilin. e de certeza que alguns produtores e realizadores lhe devem ter dito: «limita-te ao teu papel de loura burra.»
Luís:
ResponderEliminarQue bom hoje ter tempo e este tema ser tão interessante.
A meu ver todas as questões que abordas neste post em relação à mulher e à sua competência profissional, são fundamentais. Sejam elas beleza, inteligência ou talento. E é certo e sabido que o profissionalismo de umas é posto de parte em detrimento da beleza de outras. Sempre foi assim e lamento que durante muitos anos ainda o vá ser.
Mas também acredito, como optimista que sou, que a situação mude. Cabe-nos a nós educadores mudar a situação, principalmente nas mentes masculinas, se bem que as mulheres sabem ser também muito machistas entre elas.
Falaste na Marylin e os três factores (inteligência, talento e beleza) são-lhe indissociáveis. Bonita, talvez, houve outras muito mais. Talentosa, o mais possível, Inteligente, não penso que o tenha sido, mas acho a questão pertinente para o caso.
Loura burra? Não sou de clichés. Ainda para mais, clichés básicos que nasceram para combater outro cliché: o da morena feia e inteligente.
Luís é sempre um prazer dialogar :)
ResponderEliminareu também não, Patti.
ResponderEliminarmas a nossa sociedade, infelizmente, ainda vai muito em "clichés"...
e isso é óptimo,Vague.
ResponderEliminarÉ complicado... querer ser valorizada apenas pelo seu trabalho e quando achamos que conseguimos, aparece um idiota (empregador) que estraga tudo... desculpa o desabafo, mas já passei por umas situações extremamente desagradáveis... o século 21 chegou e parece que muitos empregadores ainda não evoluiram.
ResponderEliminarBeijinhos
Cris, gostei de te ouvir falar na primeira pessoa sobre um tema que continua a ser preocupante, apesar da teoria das igualdades...
ResponderEliminarMM foi e continua a ser uma das mulheres mais insinuantes de toda a história do cinema. O recurso ao cliché da «loura burra» terá sido uma das estratégias mais eficientes da sua carreira. Até terá renunciado à sua condição de «morena inteligente». Depois, falta também apurar se se terá mesmo suicidado…
ResponderEliminarolha a novidade!!!!!!!
ResponderEliminar( sem comentários ,porque ,infelizmente ,ainda desnecessários )
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um beijo
Ser mulher não é fácil, pois somos muitas vezes julgadas apenas pela aparencia.Se somos bonitas, somos futeis e burras e somos uma especie de ameaça para as outras mulheres e uma tentação para os homens, e se somos feias, temos que ser muito inteligentes e provar que merecemos as oportunidades,e muitas vezes nem somos notadas.Não é nada fácil!
ResponderEliminarmas não sei se foi voluntária essa opção, Artur.
ResponderEliminarpois, em relação ao suicidio, parece ser mais uma longa história dos EUA...
claro, Gabriela.
ResponderEliminarpois não, Anita.
ResponderEliminare muitas mulheres não ajudam nada à mudança, sentem-se como "sereias" no mar masculino...