Quando era uma rapaz mais jovem e inocente, acreditava que existia algures um verdadeiro jornalismo de causas, sem aspas.
Com o tempo (e sobretudo com a entrada na profissão...) fui percebendo que a tal "inocência" e "independência" só eram privilégio de alguns jornalistas: os que ainda não caminhavam para velhos, nem eram "lambe-botas".
As verdadeiras "causas" dos jornais sempre foram económicas e políticas, especialmente depois das privatizações dos principais títulos. Os "donos" sabem que para vender mais têm de se "colar" (ou pelo menos fingir...) a algo que seja importante e tenha peso da sociedade. Onde se nota mais esta "colagem" é no jornalismo desportivo, onde qualquer leitor sabe que "A Bola" é do Benfica, o "Record" do Sporting e "O Jogo" do FCPorto (pelo menos teoricamente).
Nos ditos jornais generalistas sempre houve o chamado "jogo-duplo", apoiado no bloco central, no PS e PSD, para não se perderem as benesses do "poder"...
As únicas excepções demasiado visíveis que recordo são: "O Independente" (que foi claramente anti-cavaquista), e agora o "Público" e a "TVI" (claramente anti-socráticos). Estão no seu direito, mas a sua obsessão pela vidinha destas figuras acaba sempre por os tornar ridículos, mais tarde ou mais cedo.
É por isso que tenho muita pena que o jornalismo de hoje seja mais "fretista" que nunca, que guarde notícias, para publicar com o objectivo de "queimar" ou "limpar" a imagem de quem interessa, nesse momento...
Já não sei o que falta bater no fundo, neste país...
Logo, não existe liberdade de imprensa! Está correcto?
ResponderEliminarUm abraço
Palmas não é certamente, Luis. Um abraço.
ResponderEliminarPois já se bateu no fundo em muita coisa, mas mesmo assim ainda há esperança.Gosto de ver o jornalismo ao serviço das causas, das pessoas, da humanidade.
ResponderEliminarGosto quando o jornalismo denuncia situações que precisam de ser concertadas e com isso conseguem mudar a vidar de alguém.Há tanta coisa para ser falada, para ser mostrada, é também assim que as mentalidades podem ir mudando, pois temos que evoluir e ter esperança no futuro.
é que até o fundo já foi ultrapassado .depois de tudo o que se vê e ouve ... só os esgotos....
ResponderEliminar.
um beijo
não sou assim tão inocente, em relação à imprensa, mas confesso que não sabia que as coisas já estavam nesse pé. não tenho andado muito perto da comunicação social,(infelizmente o tempo até para dormir é pouco) mas não me surpreende Luis. a dita sempre esteve ao serviço ou do poder instituido ou do poder partidário ou clubístico ou dos interesses económicos... salvo raríssimas excepcções, algumas até no tempo da outra senhora, ainda que sujeitas ao lápis censório.
ResponderEliminarresta acrescentar: que mais irá acontecer?
beijos querido Luís
há uma liberdade de imprensa cheia de interesses e condicionalismos,
ResponderEliminarCarlos...
pois não, Helena.
ResponderEliminareu também gosto, mas nunca como hoje se encontraram tantas notícias esquisitas, que já nem escondem interesses obscuros, Anita.
ResponderEliminaré verdade, Gabriela, já se chegou ao subsolo...
ResponderEliminaro problema é que os jornalistas que não se deixam "domar" e que amam a Liberdade, acima de tudo, começam a rarear nas redacções, Maré...
ResponderEliminarjá venho atrasado para comentar? é que - não por acaso - este artigo toca-me particularmente.
ResponderEliminareu entrei para a profissão para defender causas: a causa da "verdade dos factos".
concordo com a tua análise. e concordo muito, mesmo: o jornalismo em Portugal terá batido no fundo (ou não? e nesse caso espera-nos o quê de pior?).
deixa-me acrescentar mais um ao rol de antigos jornais empenhados em causas políticas: o diário. lembras-te?
cumprimentos,
Vitorino
nunca vens atrasado, Vitorino.
ResponderEliminarinfelizmente, nestes últimos tempos o jornalismo tem levado vários pontapés na sua "credibilidade".