sexta-feira, maio 08, 2009

Tentações

Uma das maiores tentações que ainda sentimos, é a velha "mania" de compartimentar o mundo. A mais óbvia é a separação que ainda se continua a querer fazer por sexos.
Ontem, na tertúlia mensal na qual participo em Almada, falámos destas diferenças, apesar do tema central se situar à volta das memórias e poemas, "De Abril a Maio"...
O Jorge, filósofo e polémico, resolveu ler-nos um texto que escreveu cheio de diferenças entre os homens e mulheres (e também com traços cómicos), ao ponto de as apelidar de "irracionais". Imaginem a confusão que criou, ainda por cima numa "plateia" maioritariamente feminina.
Enquanto o escutava pensei nas muitas generalidades que fazem parte da temática dos signos do Zodíaco, que podem ser associadas a todos nós, ao ponto de as pessoas dizerem quase sempre, «realmente é verdade, sou mais ou menos assim.»
Continuo a pensar que não somos assim tão diferentes uns dos outros como nos querem fazer crer. Existem sim demasiados condicionalismos da sociedade (muito variáveis de continente para continente, graças às tradições culturas e religiões locais...), que continuam a querer cimentar diferenças, que não se limitam às óbvias, como as dos nossos corpos, que não é por acaso que são assim, tornando mais fácil o "encaixe"...
Na Imagem a Madonna de Munch.

12 comentários:

  1. Mas são esses condicionalismos, aliados a heranças genéticas, que nos moldam, não é assim?!... Somos o produto de uma série de influências. E há diferenças entre homens e mulheres - e ainda bem! Não vejo nada de mal nisso. Devemos, quanto a mim, ser pela igualdade, não no sentido de sermos todos iguais ou iguais entre os dois géneros, mas iguais na oportunidade. Isso sim...
    Bjs

    ResponderEliminar
  2. Cada um com a sua ideia, depois, é mesmo tudo uma questão de poder de encaixe...

    Beijos, Luís M.

    ResponderEliminar
  3. Concordo com o post.

    Paula Crespo:
    Não vejo mal nas diferenças, mas o autor do post faz notar, e bem, que muitas delas são construídas. Por exemplo diz-se (e lê-se) que as mulheres são menos competitivas e promovem a paz. Ora a realidade é muito complexa: há mulheres de todos os tipos e feitios. Não é por isso - por serem mais/menos competitivas ou por promoverem a paz/guerra, por exemplo - que elas devem ser menos ouvidas, e que se lhes deve fechar certos empregos ou áreas.
    A igualdade é uma construção e não vejo ninguém com grande vontade de a construir, sejam homens sejam mulheres. E essa pouca vontade muito se deve ao colocar-se outros interesses à frente: dinheiro, poder, prestigio social levam a corrupção e amiguismo até nas relações interpessoais (quanto mais nas outras!). Por isso o machismo está bem e recomenda-se. Embora, na prática, tanto homens como mulheres percam coisas com ele. É uma questão de prioridades...
    (desculpem o testamento)

    SABINE
    (http://sabine77.wordpress.com/)

    ResponderEliminar
  4. Huuumm, não sei. Acho os homens geneticamente mais racionais, mais pragmáticos. E mulher tem a mania de procurar pelo em ovo, e homem passa por isso, batido. hehe

    Dava a unha do dedo mindinho pra ter ouvido e visto o fuzué depois de apelidar as meninas de "irracionais". :)

    Beijinhos e bom fim de semana

    ResponderEliminar
  5. O "encaixe"?
    Ó Luís, depois deste post não se te ocorra passares ali pelo Príncipe Real.

    Nós, mulheres, duma maneira geral, temos a irracionalidade de gostar de homens, embora existam também as que a natureza fadou para (racionalmente) não apreciarem o género...

    E mais não digo.

    Beijinho

    ResponderEliminar
  6. é mesmo isso, Paula, todos somos diferentes, até mesmo dentro do mesmo género, mas nas oportunidades deveriamos ser um pouco mais iguais. e claro que não é nenhuma utopia...

    ResponderEliminar
  7. devia ser mais que isso, M. Maria Maio...

    ResponderEliminar
  8. muita lucidez nas tuas palavras, Sabine.

    infelizmente a maior parte dos condicionalismos são fabricados pela própria sociedade (machista), por interesses que se prendem com a manutenção de hábitos e poderes...

    ResponderEliminar
  9. foi bastante divertido, claro, Cris.

    houve inclusive quem interrogasse o autor se aquilo não eram coisas do século passado...

    mas claro que não são, basta olharmos à nossa volta e nem precisamos de ir às áfricas ou arábias...

    ResponderEliminar
  10. no principe real há de tudo, Ana, como na rua dos fanqueiros, embora com outras especificidades...

    ResponderEliminar
  11. e vivam as diferenças
    na igualdade.

    De facto, sem elas o "encaixe seria impossível.

    beijos Luís

    ResponderEliminar
  12. sim, diferenças com direitos iguais, Maré.

    ResponderEliminar