sexta-feira, setembro 14, 2007

A Bela Natália


Ontem também se comemorou o aniversário do nascimento de Natália Correia (1923 - 1993).

É por isso que vos ofereço o seu "Auto-Retrato" (in Poemas, 1955):

Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.

13 comentários:

  1. Bela e inesquecível Natália!
    Abraço

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  2. "Por vezes fêmea. Por vezes monja.
    Conforme a noite. Conforme o dia."
    Uma voz que faz falta, a da Natália. Um abraço.

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  3. Sempre excessiva, sempre fogosa.
    E insubstituível, certamente.

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  4. Belíssima homenagem.
    A uma Mulher Inteira!

    Beijihos

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  5. Nunca será esquecida.

    Um abraço.

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  6. Bela, forte, inteligente e inesquecível, Rosa...

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  7. Falta sim senhor, Graça.

    Não tinha "papas na língua", nem se intimidava que ditadores de gosto ou de outra coisa qualquer...

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  8. Com essa palavra disseste tudo, Maria.
    Natália era de facto uma mulher inteira.

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  9. Penso que não, Maria P.

    Daqui a algum tempo a sua qualidade poética será mais estudada e valorizada.

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  10. a Mulher intensa que "arquejava" setas e palavras e palavras como farpas no saudoso Botequim...


    companheira de mil dias de juri de poesia...:)

    a saudade. sempre.


    um beijo Luis Eme.


    /piano.

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  11. A mulher intensa...

    mesmo a "horas tardias"...

    Gostei da visita.

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  12. a visita foi só um retorno. enquanto o piano repousa.


    ____________________.


    abraço.

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