domingo, agosto 12, 2007

MIguel Torga (III)



Ficha

Poeta, sim poeta...
É o meu nome,
Um nome de baptismo
Sem padrinhos...
O nome do meu próprio nascimento...
O nome que ouvi sempre nos caminhos
Por onde me levava o sofrimento...

Poeta, sem mais nada.
Sem nenhum apelido.
Um nome temerário,
Que enfrenta, solitário,
A solidão.
Uma estranha mistura.
De praga e de gemido à mesma altura.
O eco de uma surda vibração.

Poeta, como santo, ou assassino, ou rei.
Condição,
Profissão,
Identidade,
Numa palavra só, velha e sagrada,
Pela mão do destino, sem piedade,
Na minha própria carne tatuada.


Hoje o poeta fazia 100 anos...

Este poema de Miguel Torga foi retirado do seu livro, “Câmara Ardente”, editado em 1962, ano em que nasci...

12 comentários:

  1. Uma homenagem soberba!

    Poema fabuloso...

    Um bjo

    ResponderEliminar
  2. Junta a tua á nossa voz, podia dizer-se neste caso... Cheguei aqui através do blog fantasias , e dá para perceber que é um espaço onde voltarei sempre que possível.Pela qualidade e pelos temas abordados.. Parabéns, Um abraço, Ell

    ResponderEliminar
  3. O primeiro livro de poesia que li, tinha 8 anos, era do Torga e chamava-se Libertação. Até hoje sei de côr 2 poemas que se me colaram na memória. Acho que com isto digo até que ponto gosto da sua poesia.
    Não me respondeste a um email que enviei na 6a f o que me levanta a dúvida se terei o teu contacto anotado devidamente. Acresce que gostaria de te dar resposta ao comentário que me fizeste na última história mas não será aqui o local adequado para o fazer, logo, agradeço, me confirmes a recepção do email ou não.
    Bjs e boa semana
    TD

    ResponderEliminar
  4. enorme Urze.
    contra todos os temporais.


    terra funda esta. a das palavras de Torga.


    belíssima homenagem.



    boa noite ..:)

    ResponderEliminar
  5. É um poema especial, que fala de um poeta especial, e claro, foi escrito por um poeta especial, Elsa...

    ResponderEliminar
  6. Volta sempre "Bicho de Conta".

    É um prazer receber-te nas minhas "casas".

    ResponderEliminar
  7. Eu não sei um único poema de cor, Teresa...

    Já está tudo normalizado...

    ResponderEliminar
  8. Torga é um Gigante da literatura, Isabel.

    Não conheço ninguém tão completo, a escrever poesia e prosa.

    ResponderEliminar
  9. é um dos meus poemas preferidos de Miguel Torga, e que tão bem o define...

    ResponderEliminar
  10. Foi por isso que o escolhi, Inominável...

    ResponderEliminar