A "Visão" e o "Jornal de Letras", resolveram homenagear um dos grandes nomes da literatuta portuguesa, com a edição de um pequeno livro com o título, "MIguel Torga, Cântico do Homem".
Quem gosta deste poeta e prosador genial, não deve perder esta pequena homenagem...
Eu gosto. Gosto de tudo o que ele escreveu. Da sua poesia, tão forte; da sua ficção, tão natural; e claro, dos seus diários, tão intimistas e certeiros.
Por hoje, retiro apenas uma passagem curta do seu "Diário, XI", que expressa bem a seu amor pela liberdade e pela democracia:
«S. Martinho de Anta, 21 de Agosto de 1968 - Não, nunca poderia pertencer a nenhum partido. Se eu hoje me visse na situação de ter de aplaudir a invasão da Checoslováquia, preferia morrer. Assim, ao menos, posso continuar a viver no mundo, livremente indignado.»
Sabes, Luis, em 21 de Agosto de 1968 eu também subscreveria o que disse o Torga.
ResponderEliminarHoje é fácil não ter partido, mas muito difícil não Tomar Partido.
E eu tomo partido na vida, como já percebeste...
Beijinhos
Eu sou fã incondicional de Miguel Torga. Do escritor e do homem. Gosto de tudo o que ele escreveu. Tenho todos os livros dele. Gostava de ter a coragem de ser como ele, na coerência e na verticalidade, mesmo que dissessem, como dizem dele, que tinha mau feitio... Um abraço, Luis.
ResponderEliminarhoje não passo em silêncio, hoje foi Torga que aqui vi partilhado e não podia ficar indiferente
ResponderEliminarnão tenho tudo quanto Miguel Torga escreveu, tenho alguma, mas tenho uma admiração incondicional por Miguel Torga
vai comemorar-se dia 12 de Agosto os 100 anos do seu nascimento (amanhã).
Torga para mim que só o conheci através do que escreveu, foi de uma sensibilidade inigualável e a sua poesia tão robusta quanto ele aparentava ser
deixou-nos uma magnifica obra
partilho para o lembrar:
A um Secreto Leitor
(Coimbra, 21 de Fevereiro de 1951)
No silêncio da noite é que eu te falo
Como através dum ralo
De confissão.
Auscultadores impessoais e atentos,
Os teus ouvidos são
Ermos abertos para os meus tormentos.
Sem saber o teu nome e sem te ver
- Juiz que ninguém pode corromper -,
Murmuro-te os meus versos, os pecados,
Penitente e seguro
De que serás um búzio do futuro,
Se os poemas me forem perdoados.
Miguel Torga
obrigada pelo momento, pela partilha, obrigada por o lembrares
um abraço
lena
Um escritor de referência sem dúvida.
ResponderEliminarAcho muito bem que tomes partido, Maria.
ResponderEliminarO problema dos portugueses é o deixa andar... Só reclamam quando os problemas lhe batem à porta.
Concordo contigo, Graça.
ResponderEliminarEra uma pessoa difícil, mas estremamente integra e honesta.
E como homem de letras está num patamar superior a muitos "Nóbeles", inclusive o nosso...
Quem bom não ficares em silêncio, Lena...
ResponderEliminarAdorei o poema...
Sem dúvida, Maria.
ResponderEliminarBeijinhos
"livremente indignado"... resume a condição de quem não se subordina a partidos e a religiões... "livremente indignado" porque é impossível ser-se "levemente " indignado...
ResponderEliminarPois é... Inominável...
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