sábado, outubro 12, 2024

O que se diz e o que fica por dizer (o improviso é isso)...


Provavelmente devia esperar por amanhã, para falar de hoje.

Sabia que a sala iria estar cheia, mas não estava à espera que aparecessem mais de cem pessoas ao lançamento do livro que escrevi com Fernando Barão, numa das homenagens com mais sentido, na comemoração do centenário do seu nascimento (isto aconteceu graças ao homenageado e não ao autor da obra...).

Tinha pensado não levar nenhum papel escrito. Mas acabei por levar umas notas. Claro que durante a minha intervenção falei sempre de improviso e afastei-me algumas vezes do livro e quase sempre das notas, porque a minha convivência associativa e cultural com este amigo, levou-me a divagar aqui e ali.

Embora não me tenha esquecido de nada de muito relevante, sei que poderia ter feito referência a uma ou outra pessoa (nem sequer agradeci as palavras do Henrique e da Edite, que apresentaram a obra...). Chamaram-me a atenção para um destes "esquecimentos" na mesa (do Luís, que fez uma leitura crítica mais importante que a própria revisão do livro).

Nos outros não sei, mas em mim é natural estes esquecimentos. Tento falar apenas do essencial . Isso fez com que posteriormente ficasse com a sensação, de não ter falado tanto quanto devia da minha relação com o Fernando, até por estarmos quase sempre de acordo nas questões ligadas à cultura e ao associativismo. Algo que acontecia de uma forma natural, e aberta, sem usarmos qualquer tipo de subterfugio.

Embora pense que isso está bem espelhado neste nosso livro.  

Poderia ter falado também do Henrique (pai), do Orlando e do Carlos Guilherme, tão importantes também na minha caminhada cultural e associativa por Almada. Podia, mas não era o mais relevante.

Relevante foi ter na primeira fila dois amigos, cuja idade somada, está a aproximar-se a passos largos dos 190 anos, e não lhes agradecer de forma devida, a amizade, o companheirismo e a tolerância (que faz deles dois dos melhores seres humanos que tive a oportunidade de conhecer nesta Cidade, que praticou durante tantos anos a solidariedade, enquanto acto cívico e não "arranjo floral" de discursos.

Mas tanto um como o outro sabem o que penso deles. E que bom que é continuar a ter amigos como o Chico (que abriu a sessão com uma bela anedota do Fernando...) e Diamantino, "vivinhos da silva", que o que precisavam mesmo era de "uns joelhos novos" (tal como acontecia com o Fernando, uma das coisa de que ele mais se queixava, era dos joelhos)...

Mas a vida é isto. Quando falamos de improviso, há coisas que dizemos, que "estavam fora do programa", e muitas outras, que ficam por dizer...

(Fotografia de Elsa Carvalho - Cacilhas)


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