quarta-feira, outubro 23, 2024

"Narrativas para todos os gostos"...


Eu sei que nunca nos faltaram bons mentirosos, da mesma forma que também sei que a sua existência era quase anedótica, pouca gente os levava a sério. Algo que não os incomodava nem um pouco. Até tinham um certo gozo em serem descobertos e apontados a dedo, por terem uma imaginação demasiado fértil.

O problema foi quando a mentira (aliás os mentirosos...) entrou em campo e começou a querer passar pela verdade, a deixar o riso de lado e ficar com o ar mais sério do mundo. 

Mais grave ainda foi terem conseguido entrar no Parlamento, agarrados a um novo partido, que parecia só enganar os "incaltos" do costume. Só que enganaram muito mais gente, ao ponto de já terem conseguido arranjar emprego a cinquenta "inimigos da verdade" na Casa da Democracia.

E com eles, não só se popularizaram as "narrativas para todos os gostos", como se banalizou a falta de respeito pelo próximo.

Como de costume, tinha pensado em escrever outra coisa. Queria apenas chegar a este tempo em que vivemos, com as tais "narrativas para todos os gostos".

Por falar em narrativas, e se o Odair Moniz,  assassinado por um agente da polícia, nem sequer tinha uma arma preta nas mãos, quanto mais branca?

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


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