sábado, junho 25, 2022

Andar Atrás no Tempo (a pedido)


Hoje a minha filha sentiu curiosidade em saber como é que vivíamos sem "internet" e também que música ouvíamos, no fim da adolescência, começo da idade de adultos.

Em relação à "internet", como não existia, não fazia falta nenhuma. Fazíamos outras coisas, diferentes, provavelmente mais saudáveis, porque estávamos menos tempo fechados em casa, "presos" a telemóveis ou computadores. 

Falei-lhe da minha paixão pelo cinema. Durante muitos anos ia uma ou duas vezes (no mínimo) às salas ver um bom filme. Solteiro ia mais vezes, mas mesmo depois de casado, quando ainda não havia filhos, eu e a minha companheira víamos muito cinema.

Praticamente deixei de ir ao cinema, mas continuo a pensar que os bons filmes devem ser vistos numa sala escura, em silêncio e num ecrã gigante.

Nesses tempos via pouca televisão. Mas mesmo assim falei-lhe da existência de um programa de divulgação musical, o "Top +", que nos mostrava os "videoclips" dos discos mais vendidos no nosso país. Algo que não existe hoje, apesar de termos mais de uma centena de canais para vermos... Talvez acabasse por condicionar um pouco o nosso gosto, assim como a rádio (também se ouvia muito mais rádio que hoje...).

Mas ouvíamos muita coisa. Desde as músicas comerciais da moda ao rock português que tinha uma grande vitalidade nos anos oitenta, passando por bandas míticas, como eram os Pink Floyd, os Rolling Stones, os Genesis ou os Dire Straits.

Também quis saber se eu ouvia fado (por saber que hoje gosto de ouvir os nossos bons fadistas...). Disse-lhe que não. A única coisa parecida com fado que ouvia era o Zeca Afonso ou o Adriano.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


16 comentários:

  1. Bom dia
    Até parece mentira para quem não é desses tempos .

    Bom domingo

    JR

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    1. É, custa-lhes pensar como é viver sem todas estas "ferramentas" modernas, Joaquim.

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  2. Sabes, Luís, nós éramos mais felizes nesses tempos...e não sabíamos! Até porque éramos mais jovens!

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  3. Mas eu continuo a não gostar de fado e a preferir o rock e o pop 😊

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  4. Estudei num colégio de freiras em regime de internato.
    Ao domingo víamos o Robin dos Bosques e dançávamos no ginásio, a mestra de aulas punha o gira-discos a funcionar no gabinete e com um sistema especial ouvíamos cá vem baixo. Foi assim que aprendi a dançar.
    Em férias tínhamos os bailes de garagem. Quando fui para a faculdade tornei-me cinéfila.
    Mas eu sou muito mais velha!

    Abraço

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    1. Pois é, estás quase com "cem anos", Rosa. :)

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  5. Até eu me pergunto como conseguimos viver sem internet, sem telemóvel, sem livros digitais... : ) Passávamos horas e horas na biblioteca para fazer pesquisas, requisitávamos livros em papel apenas, uma meia dúzia de cada vez, e ou fazíamos os telefonemas de casa ou andávamos sempre com moedas para telefonar de uma cabine pública. Estas praticamente já não existem por aqui. Não me consigo lembrar de uma neste momento... Apesar de todas as desvantagens apontadas com estas evoluções, sinto-me muito satisfeita por estas existirem.
    : )

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    1. Nunca me questiono sobre isso, Catarina.

      Porque sei que consigo viver bem sem isso...

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    2. Mas mesmo assim cada vez mais as pessoas sabem menos -a cultura geral daqueles que agora têem isto tudo é, quase maioritariamente, uma quase nulidade.

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    3. É normal, Severino, são tantas solicitações, que cada vez conseguimos memorizar menos coisas...

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  6. Eu acho que conviviamos mais uns com os outros. Agora é tudo online. Há pessoas muito sozinhas...

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    1. Sentíamos que precisávamos mais uns dos outros, Maria.

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  7. A Internet ... traz-nos tanto que é pertinente perguntarmo-nos por que razão haveria de nos retirar tanta coisa também. Adicionar está bem, subtrair é idiota. "Netflix(s)" não podem substituir o cinema, mas podiam acrescentar algo e enriquecer-nos a existência. Mas nos grandes números há qualquer coisa de natureza destrutiva. Talvez porque é grande a facilidade com que as multidões são manipuladas, e enorme o poder para quem consegue controlar um pedaço da rede. Por que razão os efeitos deste "controlo" nos parecem cada vez mais notórios? Uma hipótese é que isso deve a estarmos mais velhos. Outra é que no Ocidente pelo menos, a progressão do nível educativo e económico estagnou ao mesmo tempo que o consumismo não deixou de acelerar e de se alastrar a camadas cada vez mais vastas da população. O resultado será provavelmente uma grande "explosão" pois os crescimentos exponenciais não podem durar muito tempo.

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    1. Acho que há uma aposta cada vez maior em "teleguiar-nos", Miguel.

      Vê-se quando consultamos qualquer coisa e depois somos "bombardeados" com publicidade a essa coisa.

      É por isso é que é importante não deixarmos de pensar pela nossa cabeça.

      Mas não vai ser fácil sairmos desta "embrulhada"...

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