No meu trabalho de pesquisa, descobri uma crónica diferente, de João Bénard da Costa (até do seu próprio registo, normalmente muito mais artístico), datada de 3 de Outubro de 2003, no "Público".
Foi a referência a Cacilhas que me chamou a atenção das suas palavras, para esta viagem no tempo...
«Os quilómetros não encolheram com o
tempo, mas sem pontes sobre o Tejo (travessia em “ferry-boat”), camioneta de
Cacilhas para Azeitão e mais camioneta de Azeitão para a Arrábida, o percurso
era coisa para quatro, cinco horas a que se somavam as horas de espera pelas
mencionadas carripanas, exclusivo de João Cândido Bello. Cedo erguer em Lisboa
e pôr do sol na Arrábida, onde, felizmente, havíamos sido precedidos pelas
criadas, que já tinham posto a casa mais ou menos em condições.
Tudo era diferente, nos rituais do
quotidiano. Não havia luz eléctrica, a água provinha de uma cisterna e era
levada em jarros para os quartos e respectivos lavatórios. Não havia cinemas
nem lojas. Havia a praia e os banhos, os passeios na serra. Um silêncio total.»
Era outro tempo, outro país...
(Fotografia de Luís Eme - Arrábida)
Memórias de outros tempos.
ResponderEliminarLembro-me quando menina de ver passar um carro de meia em meia hora, e de não haver autocarros aqui na zona.
Abraço e uma boa semana
Tudo mudou, muitas vezes quase sem darmos por isso, Elvira...
EliminarTambém fui utente da camionete dos Belos quando vivi em Almada e trabalhava em Setúbal.
ResponderEliminarNos tempos livres passeávamos pela Arrábida, pela Caparica e vínhamos petiscar cadelinhas a Cacilhas.
Outros tempos!
Abraço
Outros tempos mesmo, Rosa. :)
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