segunda-feira, outubro 11, 2010

Uma Rameira Diferente (IV)

«O passeio a Espanha foi a oportunidade de ouro para o avô e a amiga se conhecerem melhor, ainda por cima fora do ambiente de "alcova".

Passaram momentos inesquecíveis nos primeiros dias, aproveitando a aventura da melhor maneira, como se o amor andasse no ar.

Visitaram museus e monumentos, frequentaram restaurantes e cafés, assistiram a espectáculos musicais e de variedades, sempre de braço dado, como se fossem marido e mulher.

Toda aquela magia só foi quebrada na terceira noite, quando o avô sentiu uma forte dor de cabeça, algo que raramente lhe acontecia. Depois do jantar preferiu ficar a descansar no quarto, sem sair à noite. Ela fez-lhe um pouco de companhia e depois disse que ia até ao bar do hotel ouvir um pouco de música. Foi e só voltou depois da meia noite...

O avô ainda resmungou, mas ela deu-lhe um beijo e desceu. Este incidente fez com que ele percebesse pela primeira vez que ela era uma mulher demasiado livre, pelo menos para a sua mentalidade e educação.

Embora ela não tivesse percebido de imediato, muitas coisa mudaram nessa noite.

O avô tentou disfarçar mas não conseguiu e a magia foi se quebrando pelas ruas de Madrid...

Regressaram dois dias depois e nada voltou a ser como dantes.

O avô não mais visitou o bordel.

Curiosamente continuou a enviar-lhe livros, duas vezes por ano, no dia do seu aniversário e no Natal.»

(é um dos possíveis finais deste "conto"... que tem como pano de fundo o início dos anos sessenta do século passado)

O óleo é de Mark Keller.

3 comentários:

  1. (e esta? não acharam piada ao final...)

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  2. Não sei como tinha perdido este post.
    Não desgosto do final! O senhor, afinal, apercebeu-se que a “felicidade” era uma fantasia! Voltou para a sua querida esposa de tantos anos a qual pode confiar inteiramente.

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  3. sim, Catarina.

    e os homens continuam com medo das mulheres demasiado livres...

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