domingo, dezembro 21, 2008

«Sabes Porque Existe o Natal?»

«Sabes porque existe o Natal?»

Foi isto que ele disse, sem me dar hipótese de dar qualquer resposta. Ripostou de imediato:
«Porque nós existimos, os pobres e desgraçadinhos, para uma vez por ano, os ricos lembrarem-se que existimos e fingirem que são boas pessoas e que têm muita pena de nós.»
Antes que eu abrisse a boca, concluiu:
«São tão "bonzinhos" que até nos levam para os seus lares, oferecem-nos banho, roupa lavada e a consoada. E em alguns casos até caminha. Os ricos pensam mesmo que são uns gajos porreiros, então no Natal são porreirissimos!»
E virou-me as costas...

A foto é de Eduardo Gageiro. As palavras são minhas e não passam de pura ficção. Qualquer semelhança com a realidade, é apenas coincidência...

18 comentários:

  1. Antes fosse coincidência, Luís...

    Abraço-te

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  2. Apesar de tudo...
    Feliz Natal, são os nossos votos,
    L&E,

    um abraço.

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  3. O mal é que não é coincidência. A realidade. Um abraço e, malgré tout, um bom Natal.

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  4. Dos ricos não sei, mas conheço muita boa gente, rica ou não, que se lembra deles, dos 'pobrezinhos' durante todo o ano.

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  5. duro este .. mas com ponta de verdade que arrasa a coincidência .. contudo, como diz e bem a Patti .. há os outros.

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  6. sim, também há os outros.
    mas a generalidade dos ricos, faz para comodamente expurgar as, muitas, culpas. áh e porque é "bem"dar a mãozinha ao coitadinho.

    e "qualquer semelhança com a realidade, é apenas coincidência..."

    um beijo Luís

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  7. "Porque nós existimos, os pobres e desgraçadinhos, para uma vez por ano, os ricos lembrarem-se que existimos e fingirem que são boas pessoas e que têm muita pena de nós."

    Plena SABEDORIA!!

    Não é preciso ser Natal para nos lembrarmos dos outros... para mim Natal é todo o ano...

    Um post muito oportuno! Grata por ele.

    Beijinhos ;)

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  8. Gostei muito do comentário da Patti, que não conhecia e verifico ser uma amante de fotografia.

    Faço minhas as suas palavras.
    Tu que já me conheces, calculas porquê:)

    Bom Natal, Luís.

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  9. não resisti em deixar-te o que escrevi este data, como por norma o faço, embora não publique no meu blog, pois o que escrevi é fruto de brincadeiras minhas com palavras. mas lembro-me de quem estende a mão 364 dias por ano e têm um só dia que é recordado. é com eles que estou todos os dias. só assim sei o que é natal



    trazem os homens um natal nos braços
    vêem contentes a azafama do dia,
    enfeitado por fora.
    esse natal chega frio,
    sem sabor, carregado de mofo
    vem vazio, insignificante, falso nas alegrias
    é um natal sem nascimento,
    feito de palavras enfeitadas
    onde o sumo da harmonia não brota.

    um natal esvaziado de amor

    há terror em rostos desconhecidos
    onde fundiram a doçura das crianças.
    o sopro do natal é árduo
    defronte dos dias concêntricos.
    as luzes sumptuosas
    amarram o inacessível.
    .
    as brasas crepitam
    na alegria das casas,
    como multiplicação gloriosa
    de rituais calcinados,.
    os nomes desmanchados ou ocos,
    iluminam as linhas que sobram
    de um mundo despido de afectos

    ficou a frase por dizer, ficou a música
    por nascer ao ritmo de um qualquer natal!


    l.maltez


    que continue a ser todos os dias natal, onde os afectos sejam uma realidade

    beijinho para ti Luís e um abraço meu

    lena

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  10. também penso isso, Helena...

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  11. não conheço assim tanta gente, boa, Patti.

    os exemplos que colho na rua, são os de afastamento e distância...

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  12. e vivam esses outros, Once, que tentam fazer a diferença...

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  13. também penso dessa forma, Maré...

    é apenas um acto de caridade para ficarem bem com o mundo e com o padre da paróquia, no Natal...

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  14. era bom que fosse assim, MM.

    que olhássemos para os outros, todos os dias do ano...

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  15. Ana, infelizmente esta é a época rainha da hipocrisia.

    em todos os sentidos...

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  16. só assim é Natal, Lena...

    e as tuas palavras são sempre bonitas.

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