domingo, dezembro 14, 2008

Tempo dos Reis das Versões

Neste Mês Natalício sucedem-se os espectáculos musicais televisivos, de manhã à noite, quase sempre por boas causas.

É difícil escapar a este desfile do nosso "nacional-cancionetismo", quase sempre em "playback", onde se fica a perceber com nitidez como se alimentam estas "vedetas", tão limitadas em talento e imaginação, que preferem, de longe, importar versões a criar canções originais.
É por isso que dispenso este campeonato onde Marco Paulo, Tony Carreira, Mónica Sintra, Ruth Marlene, Anjos, Romana, Emanuel, Ágatha, Fernando Correia Marques, etc, fingem dar espectáculo.
Brilhantes só mesmo algumas roupas que usam, de resto não passam de amadores foleiros, ao lado de Rui Veloso, Clã, Sérgio Godinho, Jorge Palma, Xutos & Pontapés, Deolinda, Fausto, Mariza, Carlos do Carmo, Camané, Cristina Branco, Rodrigo Leão, The Gift, Vitorino, Maria João, Pedro Ayres Magalhães, Luís Represas, Jacinta, João Gil, GNR ou Sara Tavares.
É apenas mais um exemplo deste país a brincar...
A ilustração é de Bob Dol, "Amp Head".

12 comentários:

  1. Luis,
    Alguém me disse que os artistas do "1º grupo" que citas são aqueles que mais disponíveis se mostram para este tipo de espectáculos em que na maioria ou totalidade actuam sem cobrar cachet.
    Sem pôr em causa o que afirmas também se diz que "muitos" dos artistas do "2º grupo" se recusam a actuar com os primeiros... não se querem misturar, numa espécie de preconceito que eu, pessoalmente não entendo.
    Ora aqui temos uma pescadinha de rabo na boca.
    Se tivermos em atenção o público a quem se dirigem esses espectáculos, talvez entendamos o porquê daquilo a que chamas "o desfile do nacional cançonetismo"

    Isto é só a minha opinião...

    Um abraço

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  2. não deixo de concordar com o que disse a meg. mas não deixo de concordar contigo também. às vezes, os melhores têm ego a mais.

    mas isso não tem nada a ver connosco que nos limitamos a ser ouvintes.

    um grande abraço
    jorge

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  3. acho que não é preconceito, Meg. em alguns casos é profissionalismo. conheço músicos que não actuam em "playback", ao contrário do primeiro grupo, onde a maioria se pêla por isso.

    por outro lado, é dificil respeitar quem se limita a cantarolar por cima de êxitos internacionais, preocupado apenas em vender discos e em fazer espectáculos aqui e ali, a vender gato por lebre...

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  4. sim, há casos de ego a mais, como todos nós sabemos, Jorge. mas volto a dizer que também existe uma atitude de desprezo, de não se quererem misturar com quem não "honra" a camisola da música, limitando-se a fazer o mais fácil, copiando êxitos de outros. e aqui têm toda a razão...

    a música como qualquer arte, é um acto criativo. para copiar já existem as máquinas de fotocópias e os gravadores...

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  5. Que pena não poder comentar, a minha curiosidade ficou aguçada.

    Beijinhos

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  6. Mmmmmmm, diz que não gosta, diz que não gosta, mas conhece mais nomes do que eu...
    Quem é o Fernando Correia Marques?
    :)))
    Abraço

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  7. Caro Luis Eme,

    Embora nunca tenha comentado os textos dos seus sítios, conheço-os (por via de outros companheiros de navegação, comuns aos nossos blogs) e leio-os com gosto porque emitem opiniões que me são próximas, sobretudo aqueles que se referem à cidade de Almada onde resido há bastantes anos.

    Num universo musical pobre como o nosso (se compararmos com outros paises europeus) onde as oportunidades de fazer carreira são escassas, não espantará que os meios televisivos previligiem a "arraia miuda" a troco de poucos euros ou mesmo de borla, à qualidade daqueles que exigem tratamento consentâneo com o trabalho produzido. Para não falar do modo nada ortodoxo como se tratam as audiências...
    Curiosamente isto tem de certo modo algo a ver com um comentário que acabei de deixar, num seu post mais abaixo deste que versa o "painel de homenagem a Romeu Correia".

    Cumprimentos.

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  8. boa, Ana.

    falei deste "jeitoso" (cantarolava uma canção de um burriquito, há uns anos atrás...), porque o ouvi cantar uma balada, que era uma versão (conheci a música), em que tentava colar-se à música mais não dava... deviam-lhe ter dito que nem toda a gente pode ser baladeiro...

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  9. sim, "Legível", há uma pobreza (que não tem nada com a franciscana) cultural em tudo isto.

    é por isso que é natural que haja quem quase pague para aparecer na televisão, desvalorizando quaisquer regras de mercado que possam existir...

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  10. é fácil fabricar cantores Luís. pois se até se fabricam heróis!...

    e a minha opinião é semelhante à tua, acrescentando que deveria haver da parte dos produtores musicais mais bom senso...mas, como em tudo, é o lucro que fala mais alto.

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  11. bom senso e qualidade são coisas em desuso, Maré...

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