Pela força das suas palavras, percebia-se que era um poeta da resistência.
Acabei por ler dois livros de poesia da sua autoria e fiquei com a certeza de que ele teria sido um "homem político" (um resistente, perseguido e preso, provavelmente ligado ao PCP...) dos tempos do neo-realismo, mas sem nunca ter tido a curiosidade de saber quem foi realmente o Sidónio.
Foi a leitura de "Caminhada - livro de vivências", que fez com que percebesse que o Sidónio Muralha foi um cidadão do mundo. Esta obra é uma espécie de diário com múltiplas entradas escritas em São Paulo, Rio de Janeiro, Lages, Londrina, Curitiba, Bruxelas, Farim (Guiné), Stanleyville (Congo), Dakar, e claro, Lisboa, entre outros lugares. Fala de tudo menos de poesia. Isso fez-me perceber que havia uma outra vida, para lá da poesia...
Foi por isso que acabei por pesquisar mais algumas coisas e descobrir que Sidónio tinha partido para o exílio em 1943 (estava a ser perseguido politicamente...) e que foi um quadro superior da Unilever, o que o levou a trabalhar em vários países africanos, acabando por se radicar nos anos 1960 no Brasil, onde viria a falecer em 1982.
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)
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