segunda-feira, dezembro 29, 2025

Regresso com a poesia e os livros do Sidónio...


Os primeiros contactos que tive com Sidónio Muralha foi através de uma amiga, que aproveitava todos os momentos de poesia, para o declamar (sim, declamava, não lia...), a Ofélia.

Pela força das suas palavras, percebia-se que era um poeta da resistência.

Acabei por ler dois livros de poesia da sua autoria e fiquei com a certeza de que ele teria sido um "homem político" (um resistente, perseguido e preso,  provavelmente ligado ao PCP...) dos tempos do neo-realismo, mas sem nunca ter tido a curiosidade de saber quem foi realmente o Sidónio.

Foi a leitura de "Caminhada - livro de vivências", que fez com que percebesse que o Sidónio Muralha foi um cidadão do mundo. Esta obra é uma espécie de diário com múltiplas entradas escritas em São Paulo, Rio de Janeiro, Lages, Londrina, Curitiba, Bruxelas, Farim (Guiné), Stanleyville (Congo), Dakar, e claro, Lisboa, entre outros lugares. Fala de tudo menos de poesia. Isso fez-me perceber que havia uma outra vida, para lá da poesia...

Foi por isso que acabei por pesquisar mais algumas coisas e descobrir que Sidónio tinha partido para o exílio em 1943 (estava a ser perseguido politicamente...) e que foi um quadro superior da Unilever, o que o levou a trabalhar em vários países africanos, acabando por se radicar nos anos 1960 no Brasil, onde viria a falecer em 1982.

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


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