sexta-feira, fevereiro 07, 2025

«Somos uma cidade de velhos e estrangeiros»


Basta olhar para quem passa por nós para concluir que há mais que alguma verdade na frase do Carlos, de que: «Somos uma cidade de velhos e estrangeiros.»

Ainda lhe perguntei: «E nós, somos o quê?», para ouvir logo de seguida: «Se não somos chineses, somos velhos.»

Não é apenas Almada, que oferece este retrato. Todos sabemos que a nossa população  continua a envelhecer, de Norte a Sul.

Acabámos por falar do inquérito/ sondagem, divulgado esta semana, que nos disse que 73% dos nossos estudantes universitários, pensam emigrar, mal acabem os cursos.

Não se ouviu qualquer  "ruído", pela parte dos políticos, do governo ou das oposições. Mas é triste, andamos a formar jovens para servirem outros países, com tudo o que isso tem de negativo para nós.

Mesmo que sejam apenas 40% por cento, é um número que devia assustar os governantes e obrigá-los a agir, a criar mais incentivos para que os jovens não se vejam "obrigados" a emigrar...

Claro que os problemas de Portugal não se resumem apenas aos dos jovens. Há vários anos que não somos um país para jovens, para velhos ou para estrangeiros (os com dinheiro não contam...).

O mais triste é perceber, diariamente, que os políticos continuam a fingir que resolvem os problemas, sem que resolvam coisa alguma. E depois ainda têm a lata de se fingirem indignados por um militar ser o preferido dos portugueses nas sondagens para a presidência da República...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


4 comentários:

  1. Nas minhas famílias não há "desertores" na geração a seguir à minha, como não houve antes.
    Agora que a filha do meu sobrinho mais velho terminou Engenharia Biomédica e já está a trabalhar, passamos o tempo a dizer-lhe que no nosso país é que se está bem, mesmo ganhando menos.
    A presença da família é um bem sem preço.
    Quanto à velhice desprotegida não me pronuncio, sou uma aposentada privilegiada mas sei que não é fácil para a maioria.

    Abraço

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    1. Os meus filhos também não pensam partir, Rosa.

      O meu filho gosta do que faz e não ganha muito mal, mesmo para um licenciado. A minha filha está a acabar enfermagem e quer ficar no SNS.

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  2. Que bom para ti e para eles!

    Abraço

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    1. Mas entendo perfeitamente quem parte...

      (uma boa parte dos colegas do meu filho ganham menos que ele e têm trabalhos menos condizentes com as suas habilitações)

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