O meu irmão fala-me sempre dos amigos que perguntam por mim e que não vejo, na maior dos casos, há mais de quarenta anos.
Apetecia-me estar com eles, acenar-lhes, sorrir-lhes e trocar algumas palavras...
Não sei o que é que a minha filhota pensa disso, não falámos muito na viagem de regresso na companhia da chuva. Ela passou o tempo todo a cantar por cima das canções da sua "lista" de preferências.
Já em casa, depois de ter ficado quase uma hora na fila de carros antes da Ponte (felizmente parara de chover...), decidi ir andar, ir a Cacilhas ver o Tejo e as barcas.
Foi quando voltei a recordar alguns amigos, além do Paulo e do Quim, de quem o meu irmão falou, lembrei-me do Chico, do Rui, do Duarte, do Borga, do Buiça, do Luís, do Lemos, do Nuno...
Pensei em várias coisas, até no facto de só me aparecerem memórias masculinas da infância e começo da adolescência. Pois, eu cresci num tempo em que o mundo estava muito mais dividido, entre homens e mulheres... as miúdas nem sequer jogavam à bola connosco (a Cristina devia ser a excepção, mas ela era uma "maria-rapaz"...).
Foi quando achei que isto devia acontecer com toda a gente... Mas veio-me logo outra ideia, não, não devia acontecer a toda a gente, só "aos que partiam".
Sim, só quem parte para outra cidade, para estudar ou trabalhar, e nunca mais regressa para ficar (apenas para visitar...), vai perdendo o rasto às pessoas, que o ajudaram a crescer e a pensar que era feliz...
Apenas os lugares ficam, e mesmo esses, vão mudando, não conseguem resistir ao presente e ao futuro...
(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)
Não perdi de vista as amigas de infância e retomei contacto com amigas do colégio e do liceu através do Facebook.
ResponderEliminarAbraço
Pois, Rosa... Mas eu não tenho "facebooks". :)
EliminarMas olha que não tem só aspetos negativos! :))
ResponderEliminarAbraço
Eu sei que não. :)
Eliminar