sábado, novembro 11, 2017

O Assédio Quase Permanente ao Nosso Olhar nas Ruas...


Sei que as mulheres têm demasiadas razões para se queixarem de assédio sexual, tanto no trabalho como nas ruas. Já senti nojo, e até vergonha,  de alguns homens (sempre mais velhos que eu...), pelo que eram capazes de dizer às moçoilas, de várias idades, com quem se cruzavam nas ruas.

Mudando de avenida, também me faz alguma confusão a forma como algumas mulheres "desfilam nas ruas", com decotes que nos puxam os olhos para as suas "explendorosas" e saias curtas que prometem mais do o que escondem, quase sempre em cima de sapatos de meio-metro que as fazem andar quase num "samba urbano".

É aqui que, mesmo que os olhos não digam qualquer palavra, todos nós, homens, sentimos que eles "falam" demoradamente com todas estas paisagens humanas que decoram os caminhos das cidades...

Sem querer misturar as águas, talvez também seja boa ideia, falar um pouco sobre este caso pouco escandaloso, do assédio quase permanente ao nosso olhar nas ruas...

(Fotografia de Philippe Halsman)

4 comentários:

  1. Luís, claro que não é para te contrariar... Mas as mulheres têm poucas razões para se queixarem de assédio sexual. "Avanço" sexual ou até coerção sexual, não é algo que aconteça muito.
    O que está a acontecer muito é uma confusão e aproveitamento dessa confusão, entre o piropo, o reparo mais detalhado e incisivo, as "bocas", e o tal assédio.

    Não é tanto a roupa e sapatos que fazem a cena, mas a atitude com que se usam esses atavios. E um homem inteligente percebe bem quando um decote está ali porque a mulher gosta e quando ela quer fazer mais qualquer coisa com ele. Assim como uma mulher inteligente percebe o aprumo de um homem.

    Depois há outra questão: "ir a jogo, desarmando o jogo". Ainda se vê pouco. A mulher responder, com palavras ou um sorriso. O outro lado não fica muito confortável e percebe que é para parar. Ou seja, ficamos ao mesmo nível.

    Uma coisa que me faz confusão.
    Oiço bastante as mulheres com 30, 40, 50 anos, dizerem frases deste género "se ainda reparam e falam assim, é porque estou bem"; "eles já não ligam, devo estar velha."
    Depois, noutras ocasiões dizem cobras e lagartos porque os homens disseram um piropo, deitaram um olhar penetrante.
    Então, em que é que ficamos?

    Atitudes com contornos violentos, como é o assédio, é outra questão muito diferente.

    Desse ponto de vista, destas problemáticas, está a ser mais difícil ser homem do que mulher. Ao nível de sociedades como a nossa.

    As razões que eu teria, porque tenho de sobra, para pensar de outra forma e ver o panorama negro, são as que me fazem separar muito bem o trigo do joio e centrar-me no que realmente é preocupante.

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    1. Sim, a mulher é uma "caixinha de surpresas", Isabel.

      É também por isso que o "sim" e o "não" às vezes se confundem...

      Mas eu escrevi este texto com alguma leveza e sentido de humor (pelo menos tentei), porque há muitas coisas que não acontecem por acaso.

      E por outro lado, se não se criar alguma linha de racionalidade, a mulher vai deixar de ser bajulada e seduzida, como tanto gosta (e se veste...).

      E depois há os casos mais preocupantes, de violência, de propriedade, de que a mulher continua a ser vitima, mas que na minha opinião ultrapassa tudo o que possa ser considerado assédio. E é esse "panorama negro" que não pode ser confundido com "fair-divers". Porque se isso acontecer só irá prejudicar a mulher...

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  2. Este é um assunto cabeludo que eu nem sei se sou capaz de comentar, por várias razões. Não é que eu acredite que ele não existe. Decerto que sim. Mas decerto que há um grande aproveitamento do assunto. Parece que está na moda dizer-se que se foi vitima de assédio sexual. Numa época em que as mulheres desfilam pela rua quase nuas, não serão elas a incentivarem esse tal assédio? Decerto não fui só eu que reparei nos mini-calções que deixavam as nádegas todas de fora, nos tops transparentes que prometiam tapar o que deixavam à mostra de qualquer um. Está bem que o ano foi quente, mas não há necessidade de exagerar.
    Um abraço

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    1. Há aproveitamentos e há mudanças de comportamentos, demasiado rápidos, Elvira.

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