segunda-feira, novembro 06, 2017

Não São só os Poetas que São uns Fingidores...


Hoje ainda vou falar dos meus livros, ainda que muito levemente, por causa de algo que eu já li em várias entrevistas, dito por mais que um escritor.

Um dos que mais vinca essa ideia é o António, o nosso eterno candidato ao Nobel.

Ele diz que assim que acaba o livro este deixa de lhe pertencer e que nunca mais o volta a abrir (menos ler). Embora eu seja um escritor de "terceira divisão", esta coisa de fazer de conta que os livros que escrevemos deixam de ser nossos (a não ser para continuar a receber os direitos de autor, os poucos que os recebem, claro...), sempre me fez confusão e me soou a "treta". Mas como somos todos diferentes, até é possível que seja mesmo assim...

O meu amigo Pereira (uso este nome que só usamos na "nossa rua" para despistar...), que é um escritor famoso do nosso burgo, também faz como eu, visita os seus antigos livros, muitas vezes com medo de se estar a repetir, porque isto de escrever livros tem muito mais que se lhe diga, que o que o senhor Rodrigues dos Santos pensa. 

E lá vou eu falar novamente do António, que também diz que está sempre a escrever o mesmo livro. Outra coisa que me deixa algumas dúvidas. Só concordo que escrevemos "o mesmo livro", por ele nascer e crescer dentro de nós, Embora escrevamos normalmente completamente "nus", as motivações, os temas, as personagens, os tempos, são sempre muito diferentes (só assim faz sentido continuar a escrever...).

Começo a divagar e depois não digo o essencial, aquilo que queria mesmo escrever: por esta ou aquela razão, volto muitas vezes aos livros antigos (mais aos ensaios que as obras de ficção), e sinto-me sempre confortável com o que escrevi, mesmo descobrindo pequenos erros aqui e ali...

(Óleo de Ludwig Von Hofmann)

4 comentários:

  1. Eu também volto muitas vezes aos livros que escrevi. Até porque não consigo assim desligar-me deles, porque cada poema faz parte da vida que tive e tenho...
    Cada um é como é, ou como diz que é...
    Um abraço, Luís.

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  2. Bom eu não sou escritora. Tenho um único livro publicado e já o reli várias vezes.
    Um abraço

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