domingo, novembro 12, 2017

A Dualidade da Amizade e a Santa Bárbara...

A vida vai-nos ensinando sempre a separar o trigo do joio. As pessoas podem-nos enganar algum tempo, mas nunca para sempre.

É também por isso que não devemos usar demasiado a palavra "amigo", ao ponto de a banalizar.

Hoje estive a ler um caderno de palavras datado de 2006. Uma das coisas que me chamou a atenção foram as palavras que escrevi sobre a amizade, que transcrevo (continuo a pensar da mesma maneira). 

«Um verdadeiro amigo não se preocupa com as coisas pequenas, não nos chama a atenção por nos termos esquecido de uma vírgula numa crónica, nem tão pouco diz que estamos mais gordos ou usamos o cabelo demasiado curto ou grande.
Um verdadeiro amigo preocupa-se com o nosso bem-estar, além de falar das coisas que realmente importam, se perceber que estamos num dia mau, é capaz de nos oferecer uma história divertida, só para afastar o tédio e todas as coisas com pouco sentido.»

Claro que não escrevi isto por acaso. Foi por perceber que esta definição não era igual para todos. Há por exemplo quem pense que um amigo é aquele que tem uma paciência infinita para nos aturar, embora este princípio só se aplique a ele e nunca a nós...

Ou seja, há muito quem só seja "amigo" para receber e nunca para dar.

Mas eu sei que estou diferente. Sei que em 2006 não era capaz de dizer a alguém que me telefona a pedir ajuda, «Já sei que me está a telefonar para pedir alguma coisa. E ainda não é hoje que me telefona para me dar alguma coisa...» Hoje sou. E de alguma forma acabo por desarmar pessoas que só se lembram de "Santa Bárbara quando chove"...

(Fotografia de Luís Eme)

4 comentários:

  1. São tão poucos os amigos sinceros... A nossa percepção da Amizade vai mudando, mas quando os amigos são bons encaixam sempre na definição que fazemos dela...
    Uma boa semana.
    Um abraço, Luís.

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    1. É verdade, Graça. :)

      Há coisas boas que não mudam, e ainda bem.

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  2. Com os anos aprendemos muita coisa, não é verdade, Luís?
    Um abraço

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    1. Estamos sempre a aprender, sempre, Elvira. :)

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