segunda-feira, maio 02, 2016

O Primeiro de Maio Nunca foi para Todos

Irrita-me que um supermercado continue a abrir as portas no Dia do Trabalhador, acenando com promoções de metade do preço a um povo, que continua refém de uma economia capitalista, que acha que é com ordenados baixos e trabalho precário que vamos lá.

Mas depois  passeio pelas Caldas da Rainha e vejo a Praça da Fruta cheia de gente (vendedores e compradores...) e fico sem saber o que pensar. Embora estes  vendedores trabalhem por conta própria e aproveitem o fluxo turístico do domingo  (quer também foi o Dia da Mãe, um bom dia para as floristas, porque é sempre bonito oferecer flores...), para colmatar os dias de menor movimento.

E nem vou falar dos restaurantes, das filas intermináveis em Cacilhas, de gente que esperou quase duas horas para almoçar...

É então que me lembro, estupidamente, que o Primeiro de Maio nunca foi para todos...

(Fotografia de Luís Eme)

8 comentários:

  1. (Lembro-me tão bem desse sítio!)

    Luís, os dias disto e daquilo são cada vez mais o gozo de mais um feriado e / ou o alimento da economia capitalista.
    É muito raro presentear os meus com coisas materiais nas "datas feitas."
    Restrinjo-me ao aniversário e a quando encontro algo que me fez lembrar a pessoa. Dar por atacado não é para mim. Nem gosto que o façam comigo.

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    1. Pois são, Isabel.

      E a vida não é igual para todos, daí que existam tantas cedências...

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  2. Luís,
    de certa forma, para esses vendedores que estavam a trabalhar no Mercado da Fruta, no Dia mundialmente estipulado para celebrar o Trabalhador, também beneficiavam dessa mais-valia do dia ter calhado a um Domingo em que se homenageava a Mulher/Mãe.
    A vida lá tem as suas compensações...E as celebrações de estômago vazio não agradam nem sequer aos celebrados!!
    O lirismo é lindo, mas de barriga cheia!

    Um abraço!

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    1. Claro que sim, Janita.

      E acabam por ser "trabalhadores-patrões", podem escolher a parte que mais lhes convém, sem os tais lirismos. :)

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  3. E cada vez é para menos....
    As grandes superfícies são muito culpadas, já sabemos que aproveitam o 1º de Maio para fazerem descontos de 50%. E o pessoal, princípio de mês, vai ao cheio e daqui a duas semanas não tem dinheiro para comer...
    É muito triste, enfim, é fruto dos dias...
    Beijinho, Luís.

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    1. Mas é muito triste mesmo, Maria.

      As pessoas perderam valores essenciais, como a solidariedade.

      Apesar da pobreza evidente em muitos lares, o egoísmo e o cinismo vencem hoje em quase todas as frentes, muito graças às mudanças sociais que se verificaram durante os dez anos de cavaquismo.

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  4. Este ano não foi uma marca de super. este ano todos estiveram abertos, pelo menos aqui na zona. Por outro lado em Lisboa, onde sempre passo o dia 1º de Maio, havia várias lojas abertas.
    Eu nunca faria compras neste dia, a menos que fosse um medicamento que tivesse absoluta necessidade. Ofereçam eles os descontos que quiserem.
    Abraço e bom fim de semana

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    1. Também não faço compras neste dia, Elvira.

      É um desrespeito pelos trabalhadores.

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