terça-feira, abril 07, 2015

Que grande "Life"


Os livros que me deixam mais curiosos e também apreensivos são normalmente as biografias, um género literário que gosto bastante de ler (por prazer e como exercício de aprendizagem, não fosse autor de  três  biografias...).

Antes de começar a entrar dentro da "Life" de Keith Richards, já gostava da capa. E sabia não tinha outro remédio, senão preparar-me para as 574 páginas que me aguardavam, serenamente, na pilha de livros...

Felizmente o Keith não me desiludiu, contou quase toda a sua vida, com a crueza desejável, utilizando uma linguagem muito dele (sei que foi escrita pelo jornalista  James Fox, mas ele teve o cuidado de usar as palavras gravadas do Keith, para não nos  impingir "gato por lebre"...), muito "rock and roll", sem usar qualquer tipo de subterfúgio para ficar bem na "fotografia", sem problemas em meter um "caralho" ou um "foda-se", quando a conversa pedia...

Não poupou o leitor quando se olhou ao espelho, como "agarrado" ao cavalo (heroína) que foi, muito menos quando explicou os muitos desencontros com o Mick Jagger, quando este se achava mais importante que os Rolings Stones e apostou em apagar a banda do mapa do rock, em nome da sua carreira a solo, o que não passou de um "flopp", como tantas outras aventuras do género...

Os encontros e desencontros de Keith com outros músicos (grandes nomes do mundo musical) vieram reforçar a ideia que eu já tinha, de que os criadores musicais são a malta do mundo artístico, que mais  partilha os seus "truques", que mais trabalha em equipa.

Percebemos pelas suas palavras (de amizade e admiração) a importância do grande Charlie Watts nos Stones, o baterista mítico, que com o seu ar calmo, deve ter sido tantas vezes a "balança" necessária entre aqueles dois rapazes dos subúrbios de Londres, que lidam com o mundo que os cerca de forma completamente diferente. Por isso é que um é "Sir" e o outro gosta de alimentar o seu lado de "fora da lei" e de ter tantos amigos, que de quanto em quanto vão parar à prisão...

E se existissem dúvidas, Keith disse com todas as palavras que o seu maior prazer é tocar num palco, e que gostava de o fazer até morrer...

Se gostam de biografias honestas, dos Stones e do mundo do rock, aconselho a leitura de "Life".

2 comentários: