segunda-feira, dezembro 21, 2009

Movimentos Quase Loucos

Aproxima-se o Natal e a febre continua intacta. Não há crise que resista aos comboios de presentes. A partir do dia 20 é uma "tragédia grega" precisarmos de comprar qualquer coisa e termos de nos enfiar em qualquer catedral do consumo.
Para estacionar o carro, no parque de dois pisos e de muitos lugares, é preciso um golpe de sorte, estar alguém a sair, para evitar voltas e mais voltas ao quarteirão, que quase parece a 2ª circular.
Jesus pode não ter nascido para isto (de certeza que não...), mas o Pai Natal foi criado exactamente para este "febrão"...
Escolhi a "Grande Natureza Morta com Mesa de Pé de Galo" de Picasso, nem sei porquê...

10 comentários:

  1. Também não sei porque escolheste Picasso, mas sei porque não vou às compras nestes dias...
    :))

    Beijinho, Luís

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  2. Quando chega o Natal, recordo-me sempre deste texto de Cecília Meireles:
    “Como estamos mudados! Em meio século, perdemos aquela ingenuidade dos votos dirigidos de janela a janela: "Boas Festas!", "Feliz Ano Novo!"; das ceias tradicionais, talvez copiosas, porém modestas; das lembrancinhas oferecidas às crianças como um dom misterioso do céu; dos vestidos novos para os ofícios das igrejas e as visitas aos presépios; .... Ah! como éramos sensíveis, imaginativos! .... Como achávamos naturais todas as coisas desencontradas naquele mundo fictício! Talvez prevíssemos que o nosso não o era menos, e igualmente e misteriosamente desencontradas as coisas que nele iríamos presenciar!
    .....
    Mas pouco a pouco tudo foi ficando tão complicado, tão difícil! Das simples ceias familiares, que apenas aproximavam as pessoas num convívio sentimental, passou-se às grandes ceias de repercussão social, ceias festivas em luxuosos ambientes, sem compreensível relação com a data do calendário."

    Feliz Natal. Não sou uma nova visitante mas é o meu primeiro comentário e vejam lá como me alonguei!!!

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  3. Luís, a razão da escolha não é o ponto fundamental, a sua beleza, sim. Qto às catedrais de consumo, pouco as frequento, quanto ao Pai Natal e à febre consumista é quase uma inevitabilidade que sabemos contornar.

    O mais importante é o que ficou destes comentários recíprocos e, por isso, deixo-te um abraço e que tudo se realize como mais gostares.

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  4. porque será?

    será que já não morreu o que tinhamos em nós da ess~encia do Natal.

    Aqui em casa, não sofro dessa agonia. Imaginas-me, depois de sair às 8, 30 a chegar a casa esfalfada às 22, 15 e ir até um centro comercial??!!! ...céus.
    é óbvio que com os teus filhotes
    já as exigencias são diferentes. a minha é muito crescidinha, estou mais liberta. :)


    _______

    um grande beijo Luís
    e reformulo o desejo de Festas Felizes.

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  5. e fazes muito bem, Maria...

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  6. eu evito-as, mas muitas vezes somos obrigados a render-nos às evidências, Helena...

    quando numa cidade como Almada, não existe uma única discoteca, onde possas escolher um cd ou um dvd, temos duas opções: Lisboa ou Almada Fórum...

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  7. não morreu por ainda ter filhotes pequenos, que esperam sempre ansiosamente por esta época, Maré...

    por mim, passava-lhe bem ao lado.

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  8. e escolheste muito bem sim senhor. a guernica também ficava bem nestes tempos de guerra mas em dia de paz ou não?. conta_se que certa vez alguém perguntou a picasso: "foi você que fez isto?" ao qual ele respondeu: "não! foram vocês!"

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  9. são quase sempre os outros, que nos inspiram, Ivone...

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