sexta-feira, outubro 10, 2008

O Poeta Anónimo...

Não tinha pensado escrever sobre Herberto Helder, que tem um novo livro, "A Faca Não Corta o Fogo", mas acabei por associar a sua singularidade enquanto homem de letras, a uma notícia estapafúrdia sobre o lançamento de um livro de poesia, ontem, de um banqueiro reformado com valores dignos do "euromilhões", que agora é livreiro e talvez poeta.
Quando era mais jornalista do que sou hoje, ou seja, quando tinha uma página fixa de um diário e podia escolher pessoas com quem conversar, tentei entrevistar Herberto Helder.
Sabia que ele não dava entrevistas nem aceitava prémios, mas como era mais jovem, também sabia que não perdia nada em tentar...
Conhecia um dos lugares onde parava, o café "Expresso", no Largo da Misericórdia, no Bairro Alto, onde havia uma tertúlia animada por Manuel da Fonseca, Baptista-Bastos, António Assunção, entre outras pessoas quase anónimas, como o Herberto.
Quando soube ao que ia, escusou-se a falar e não gostou da minha insistência. Foi por isso que me senti quase "empurrado", pelo seu olhar...
Nem me deu tempo de lhe dizer que gostava das suas palavras, todas...

17 comentários:

  1. o Herberto tem essa singularidade, Luís.

    eu também as amo (as palavras)dele e, apesar de tudo o resto, admiro a sua coerência.

    para ti, um beijo.

    maré

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  2. Comparando sem comparar...
    "Os Loucos de Lisboa" são tema dos Ala dos Namorados, diria que estas tertúlias enaltecem "Os tímidos de Lisboa", pessoas fascinantes que não precisam da notícia...

    Beijos.

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  3. Era um homem discreto, tão grande de discreto como de bom poeta...

    Beijinho, Luís
    (não sabia essa do banqueiro. como sou compradora compulsiva de poesia, vou estar mais atenta...)
    :)))

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  4. Nem todos têm esse low profile, que tão bem lhes assenta...
    Bjs

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  5. Também eu gosto das palavras dele.

    Abraço

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  6. Transmite-nos serenidade e também desconhecia a vida de banqueiro.
    Se calhar não é talvez, é mesmo poeta.

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  7. eu também, Maré...

    para ele só importa a poesia, o poeta como gente é secundário...

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  8. sim, o Herberto gosta de ser invisível, M. Maria Maio...

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  9. pois não, Paula.

    são raros os exemplos de quem pretende continuar anónimo, apesar da sua grandiosidade...

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  10. são fortes e belas, Ana...

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  11. Patti, alterei ligeiramente o texto no inicio porque estava confuso. pelo menos foi o que percebi pelo teu comentário.

    liguei o Herberto ao lançamento do livro de Paulo Teixeira Pinto, pelo comportamento completamente inverso de ambos.

    Herberto ama ser anónimo e invisível, Teixeira Pinto fez uma gala no lançamento do seu livro de poemas... disse que ele talvez fosse poeta, porque desconheço a sua poesia e a crónica que li do lançamento era pouco abonatória...

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  12. devia ganhar o Nobel.


    !!!!!

    ______________


    vénia!

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  13. não aparecia por lá, Isabel...

    e os senhores suecos não arriscavam uma dessas...

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  14. Notícia do Público:

    O mais recente livro de Herberto Helder "A Faca Não Corta o Fogo - súmula e inédita", lançado na quinta-feira, encontra-se esgotado no armazém da editora, anunciou um representante da Assírio e Alvim.

    O resto aqui: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1345819

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  15. Quanto à confusão de não ser ou ser poeta, eu percebi o post, também eu estava a ser irónica, mas não era contigo nem com o teu post.
    Estava a referir-me à humildade do H.H.
    :)

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  16. parece que a ironia é assim mesmo, dúbia, Patti...

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